O Brasil responde por cerca de 25% de toda a biodiversidade do planeta e a relevância do país para essa área é indiscutível. Possuí um grande volume de dados levantados em virtude de um crescimento notável da pesquisa em biodiversidade e ecossistemas. Essa é a ideia central que motivou agências de fomento à pesquisa e cientistas a conceber o Centro de Sínteses em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos do Brasil (SinBiose), que realiza seu 2º workshop entre os dias 24 e 26 de setembro no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo.
O encontro conta com a participação de representantes de centros de sínteses da Alemanha, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos, além de pesquisadores e representantes das agências que coordenam o SinBiose - CNPq, CAPES, FAPESP - além do CONFAP.
Veja aqui a programação completa (em inglês).
O SinBiose
Os centros de análise e síntese aparecem como ferramentas efetivas e indispensáveis para avaliar e integrar dados, trazendo sempre um novo valor ao conhecimento gerado regionalmente, facilitando o uso desse conhecimento para a elaboração de políticas públicas efetivas e geração de soluções. Para a implementação do Centro no Brasil, são planejadas três fases: implementação, estrutura simplificada e estrutura consolidada.
Para o diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marcelo Morales, esse planejamento cuidadoso incluindo etapas em seqüência permitirá avançar com segurança para o estabelecimento de um Centro de excelência que possa ser uma referência nacional e internacional para sínteses em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. "É preciso garantir o envolvimento de diversas instituições atuando desde o fomento da pesquisa, passando pela definição de políticas públicas até a sua implementação para que possamos fortalecer a ponte entre a ciência e a tomada de decisão na área ambiental. Nesse sentido, iremos continuar a dialogar com os diversos atores que devem e querem fazer parte dessa iniciativa, em um processo de construção coletiva", diz.
A criação do SinBiose é, portanto, uma articulação das instituições brasileiras com apoio de entidades e pesquisadores internacionais. Um passo importante para a implementação dessa iniciativa foi dado em março deste ano, com o primeiro workshop do Centro, que reuniu por três dias pesquisadores de todo o país e representantes de diversas instituições governamentais e não governamentais com atuação na área de meio-ambiente. No encontro, os participantes discutiram a atuação do Centro brasileiro a partir de quatro tópicos principais: 1) Missão, visão, objetivos e estratégias para gestão, avaliação e monitoramento da implementação do Centro. 2) Parcerias Nacionais e Internacionais; 3) Mapeamento de atores a serem envolvidos e estratégia de comunicação; 4) Desafios e demandas para sínteses.
Em junho, uma delegação brasileira esteve na Alemanha em reunião com o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) para discutir os mecanismos de parceria entre o Centro de Síntese em Biodiversidade do Brasil e o alemão e a importância da mobilidade de estudantes e de pesquisadores para o projeto.