O ministro da Administração e Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser Pereira, enfrentou ontem na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) críticas de professores a seu projeto das "organizações sociais", que transforma universidades, hospitais, museus e orquestras em fundações não estatais. No debate com os 70 conselheiros da UFRJ e sindicalistas, Bresser disse que apresentava o modelo americano como solução à crise da universidade: "Estou convencido de que esta é uma boa proposta para vocês", disse, provocando risos entre professores e funcionários.
O reitor da UFRJ, Paulo Alcântara Gomes, disse ser contrário à proposta: "Não optaria por este modelo. Defendo o projeto do ministro (da Educação) Paulo Renato de Souza, que amplia a autonomia universitária, alem de garantir que, mesmo como fundações, teremos garantias". Mesmo contra, o reitor pedia aos sindicalistas calma em suas intervenções. "O ministro precisa voltar para debater melhor conosco", argumentava.
Bresser foi recebido com vaias por um pequeno grupo de funcionários e professores, que empunhavam faixas de protesto. Uma delas, com a inscrição Universidade pública não é supermercado fazia referência ao fato de ele ter sido executivo do grupo Pão de Açúcar. "Isso é democrático", comentou. Mas não foi tão complacente, durante o debate: "A resposta populista à crise do Estado vem de gente que escreve que educação não é supermercado."
Notícia
Jornal do Brasil