N o último dia 17 de abril, como professor da Unicamp, membro do Conselho Superior (CS) da FAPESP e a convite da Profa. Helena B.
Nader, Presidente de Academia Brasileira de Ciências (ABC) e também membro do CS da FAPESP, participei do Nobel Prize Dialogue São Paulo – FIESP, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e o Nobel Prize Outreach (NPO), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), organizaram pela primeira vez na América Latina uma edição presencial do Nobel Prize Dialogue ( https://www.nobelprize.org/futuro-ciencia ) com foco em ciência. Este evento fez parte de um conjunto de reuniões que ocorreram no Rio de Janeiro e em São Paulo, com atividades também da Universidade de São Paulo (USP).
O evento teve como tema “Creating our Future Together with Science” (“Criando nosso Futuro Juntos com a Ciência”). O encontro contou com três laureados com o Prêmio Nobel: Serge Haroche (Nobel de Física em 2012), May-Britt Moser (Nobel de Medicina em 2014) e David MacMillan (Nobel de Química em 2021). Ainda, participaram Erika Lanner (Nobel Prize Museum), Anna D'Addio (Global Education Monitoring Report, Unesco), Karen B. Strier (IANAS), Esper Kallás (Instituto Butantan), Silvia Massruhá (Embrapa), Pedro Wongtschowski (FIESP), entre outros.
Tal iniciativa reuniu lideranças empresariais e governamentais, tomadores de decisão, setor acadêmico, agências de apoio à pesquisa e imprensa, para debater o impacto da ciência no nosso futuro e abordar o valor da ciência para a sociedade, como a ciência movimenta a economia e como a sociedade influencia o progresso da ciência.
À medida que aumenta a nossa consciência da dimensão dos desafios globais prementes, precisamos considerar a melhor forma de nos preparar, bem como às futuras gerações, para aproveitar as oportunidades que a ciência oferece para a construção de um mundo melhor. O século 21 é conhecido como o “Século do Conhecimento e das Habilidades”. Como apresentado no convite, a ciência é um insumo essencial para a inovação, com amplos impactos no crescimento econômico e no desenvolvimento de uma nação. A economia de hoje depende diretamente das evidências derivadas da ciência.
Entendemos que a responsabilidade da promoção da ciência para enfrentar a pobreza, as desigualdades, a degradação e desastres ambientais não se limita à comunidade acadêmica, mas se estende a toda a sociedade.
Assim, podemos dizer que este evento representou uma oportunidade ímpar para reunir os diferentes protagonistas da área de Ciência, Tecnologia e Inovação do país e estabelecer um debate estratégico sobre o valor da ciência para o desenvolvimento.
A programação do evento, com a participação ativa dos ganhadores de prêmios Nobel, da Nobel Prize Museum e da Academia Brasileira de Ciências, Fiesp e FAPESP bem como de membros de inúmeras entidades nacionais e transnacionais, teve como temas principais “Como conseguir o melhor da Ciência”; “Tornando a ciência mais inclusiva: promovendo a diversidade na ciência”; “Trabalhando juntos: O que a ciência precisa da sociedade e o que a sociedade precisa da ciência e; Explorando a criatividade”.
Para mim, foi uma honra e grande oportunidade de compartilhar com colegas da academia, membros das atividades econômicas e produtivas da indústria de São Paulo e, é claro, com os cientistas agraciados com uma das maiores honrarias da ciência no mundo que é o prêmio Nobel, temas de grande relevância em nosso meio. Sabemos que a ciência é um bem fundamental a nossa sociedade.
Nossa independência como nação está diretamente ligada à educação em todos os níveis, geração e domínio do conhecimento e difusão através de nossa instituições acadêmicas dos conhecimentos gerados e apreendidos. A pandemia nos ensinou o quanto a ciência é fundamental. Creio que ainda não aprendemos plenamente os ensinamentos da pandemia e continuamos vulneráveis. Entretanto, devemos evoluir como nação no sentido de entender a importância da educação, único caminho para termos uma sociedade justa e equânime.
Faço este relato tendo em vista o privilégio de ter podido participar deste evento, primeiro na América latina e que planta conceitos e práticas para o futuro. A simplicidade e a amizade com que os laureados participaram do evento mostram que a ciência é um bem comum e que deve ser acessível a todos. Neste texto quero agradecer à FAPESP, Fiesp e Academia Brasileira de Ciências a oportunidade de ter participado deste evento singular no Brasil.
Estarmos todos juntos demonstra que somos e seremos capazes de promover e difundir a educação e ciência para, como apresentado como tema do encontro, criarmos nosso futuro junto com a ciência.
Carmino Antônio De Souza é professor titular da Unicamp. Foi secretário de saúde do estado de São Paulo na década de 1990 (1993-1994) e da cidade de Campinas entre 2013 e 2020. Secretário-executivo da secretaria extraordinária de ciência, pesquisa e desenvolvimento em saúde do governo do estado de São Paulo em 2022 e atual Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Butantan. Atual Diretor Científico da Associação Brasileira de hematologia e Hemoterapia (ABHH) da Associação Médica Brasileira (AMB).
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