Dados de um estudo feito por pesquisadores do Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a mineração em terras indígenas na Amazônia Legal aumentou 1.217% nos últimos 35 anos. O fato negativo representa cerca de 102,16 quilômetros quadrados devastados por essa atividade nociva e ilegal. As principais minerações ocorreram e ocorrem em terras indígenas como a terra dos Kayapó, Munduruku e a Yanomami, que recentemente ganhou grande repercussão nacional e internacional por conta do estado deplorável em que os habitantes indígenas estavam e suas péssimas condições de vida.
O estudo, publicado na revista Remote Sensing, revela um crescimento constante da mineração em terras indígenas entre 1985 e 2020, agravado principalmente em 2017. “Naquele ano, o garimpo ilegal ocupava 35 km2 em terras indígenas e, em 2020, saltou para quase 103 km2”, diz a pesquisa.
Guilherme Augusto Verola Mataveli (pós-doutorando na Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe), Michel Eustáquio Dantas Chaves (pesquisador do Inpe) e Elton Vicente Escobar Silva (doutorando na instituição), afirmaram através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) que a pesquisa teve como objetivo identificar as áreas de mineração em terras indígenas, e colaborar com o combate a essa prática. De acordo com dados do estudo, a maior parte do garimpo ilegal dentro das terras indígenas na Amazônia Legal está relacionada à mineração de ouro (99,5%) e apenas 0,5% à mineração de estanho.
Ainda em 2022, a Polícia Federal constatou um aumento de 505% na em terras Yanomami. Estima-se que mais de 20 mil garimpeiros ilegais trabalhem clandestinamente dentro do território indígena, levando até eles doenças e queda na qualidade vida.