Fica cada dia mais evidente a importância que a vacina teve e tem no combate à pandemia de Covid-19. Um estudo da Fiocruz publicado ontem na conceituada revista científica “The Lancet Regional Health Americas” conclui que a imunização evitou a morte de 63 mil idosos entre janeiro e agosto de 2021.
Além de preservar vidas de forma direta, a vacinação dessa faixa etária representou uma economia de US$ 2 bilhões ao sistema de saúde no mesmo período. A imunização evitou a hospitalização de cerca de 178 mil pessoas com mais de 60 anos no país, segundo a pesquisa.
O caos nos hospitais nos momentos de picos de infecção, com dificuldade para conseguir leitos e equipamentos, poderia ter sido pior se não fosse a vacina.
Outros 47 mil idosos poderiam ter sido salvos se a imunização tivesse se iniciado mais cedo e se desenvolvido em ritmo mais acelerado. A primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 no mundo recebeu a dose no dia 8 de dezembro de 2020, na Inglaterra. No Brasil, a primeira imunizada, a enfermeira Mônica Calazans, foi vacinada em 17 de janeiro.
O Plano Nacional de Imunizações (PNI) e o SUS de maneira geral reafirmaram sua eficiência ao longo da pandemia. O desafio foi enorme: promover a vacinação contra uma doença nova, altamente transmissível e com elevada taxa de mortalidade em um país de dimensões continentais e com realidades regionais peculiares.
Mas fica o aprendizado, em forma de números – 63 mil vidas salvas –, de como o investimento e a gestão em saúde não podem ser negligenciados, seja do ponto de vista humanitário ou econômico.