De acordo com um recente estudo conduzido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP), a covid-19 tem um comportamento diferente para cada tipo de transplante que é realizado.
Os pesquisadores notaram, por exemplo, que as pessoas que passaram por um transplante de fígado e depois contraíram a COVID-19 tiveram recuperação mais rápida e processo inflamatório muito menor do que os transplantados de coração ou rim.
Para compreender melhor essa relação, os pesquisadores analisaram a evolução da covid-19 em 39 receptores de órgãos. Desse total, 25 receberam transplante de rim, sete de coração e sete de fígado. Os dados foram comparados com outros 25 pacientes com covid-19 não transplantados. Os participantes do estudo foram monitorados diariamente.
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Na prática, o grupo notou que transplantes de coração e rim exigem um uso maior de medicamentos imunossupressores que os transplantes de fígado. Entretanto, os pesquisadores mencionam que a provável relação entre a quantidade de imunossupressores e a evolução da covid-19 entre transplantados se trata apenas de uma hipótese, que ainda precisa ser investigada com maior profundidade.
A hipótese é que essa imunossupressão poderia ser benéfica para casos de hiperativação do sistema imunológico, como ocorre na chamada tempestade de citocina típica da covid-19 grave, tendo em mente que o organismo responde de maneira exagerada à infecção e isso acaba eventualmente sendo letal para os pacientes.
A ideia agora é avaliar a infecção pelo SARS-CoV-2 em indivíduos que estão sob tratamento com imunossupressores ou imunomoduladores, como é o caso de pacientes com psoríase, dermatite atópica ou que fazem uso de antirretrovirais (portadores de HIV). Você pode conferir o estudo completo aqui
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela
Fonte: Agência Fapesp