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A Cidade On (Campinas, SP)

Corte na Capes pode afetar 58% das bolsas na Unicamp (1 notícias)

Publicado em 03 de agosto de 2018

O corte anunciado na quinta-feira (3), a partir de agosto de 2019, nas bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado da Capes afetará 58,7% das bolsas de estudo que existem hoje na Unicamp (Universidade de Campinas). No total, são 5 mil alunos que recebem algum tipo de bolsa além da Capes, as bolsas também são financiadas pela CNPq e pela Fapesp. Deste total, mais da metade 2.993 alunos recebem a bolsa Capes. Os dados são de 2017.

O ofício enviado pelo presidente da Capes, Abílio A. Baetas Neves, ao Ministro da Educação sobre o limite do orçamento no próximo ano caiu como uma bomba no mundo acadêmico. "A notícia de uma perspectiva de corte desta magnitudade na interrupção de todas as bolsas que a Capes oferece à Unicamp seria absolutamente catastrófica. E estou economizando nos termos", afirmou o pró-reitor de pós-graduação da Unicamp, André Tosi Furtado.

Além dos bolsistas, a Unicamp tem mais 7 mil alunos que fazem algum tipo de pós-graduação e que também podem ser afetados indiretamente. Isso porque, segundo Furtado, a Capes financia também outros programas e equipamentos da Universidade que agora também estão em risco.

OUTROS ALUNOS

Em 2017, por exemplo, 138 alunos fizeram a pós-graduação "sanduíche", quando o estudante faz parte do curso e da pesquisa em outra universidade fora do país. A Capes também financia material de consumo para pesquisas e viagens internacionais de professores. No ano passado, a Unicamp recebeu R$ 15 milhões da Capes para esse tipo de gasto.

"No ano passado, tivemos um ruído que a bolsa CNPq seria cortada. Isso já causou um tremor. Graças a Deus as autoridades voltaram atrás. E isso que a CNPq tem um investimento muito mais tímido", afirmou Furtado. Ele afirmou que a Unicamp deve soltar uma nota oficial, junto com a USP e Unesp, por meio do Cruesp, pedindo a revisão desse corte.

Na quinta-feira, o IFCH também se manifestou por meio de nota dizendo que a notícia era " estarrecedora e demonstra uma grande ameaça à pós-graduação brasileira". No entanto, o Instituto lembrou que a nota da Capes é interna, sendo, portanto, não definitiva.