O Dia Mundial de Combate à Aids, 1º de dezembro, será comemorado pelo Centro Corsini com um almoço especial beneficente a ser realizado no Espaço Guanabara, em Campinas , para cerca de 400 pessoas. O evento será realizado das 13h30 às 17h30. Os convites no valor de R$ 150 por pessoa (incluindo diversas bebidas, inclusive alcoólicas) já estão à venda e podem ser reservados pelo telefone (19) 2101-0101 ou e-mail captacao@centrocorsini.org.br e entregues em domicílio. Crianças até 3 anos não pagam e de 4 a 12 anos pagam apenas 50% do valor do convite.
O almoço, já tradicional na instituição, além de confraternizar e homenagear pessoas e empresas que contribuíram de forma marcante com a entidade em 2013 , arrecada fundos para a sua manutenção. Ele será preparado pelo Buffet Baracat , do premiado e conceituado chef Marco Baracat, mas servido no Espaço Guanabara (Rua Dr. Osvaldo Cruz, 300, Guanabara, próximo ao Colégio Liceu). O Corsini é um centro de atendimento, prevenção, diagnóstico e tratamento de portadores do vírus HIV, hepatites virais e outras ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) considerado referência nacional e internacional devido ao seu trabalho multidisciplinar. Possui mais de 5,5 mil usuários cadastrados e realiza cerca de 11.000 atendimentos por ano, entre exames diagnósticos ambulatoriais, atendimentos multidisciplinares e outras ações.
A entidade trabalha há 25 anos para oferecer um atendimento de excelência aos seus usuários e também às crianças mantidas no abrigo da UAI (Unidade de Apoio Infantil). “Foi um ano difícil para a nossa entidade e estamos lutando muito, com a ajuda de parceiros como a FEAC, secretarias de Assistência Social e Saúde , sócios solidários e voluntários, para mantê-la de pé e com a qualidade de sempre. Só temos a agradecer e manter nossas ações e campanhas para 2014”, diz o presidente do Centro Corsini, Luis R. Antunes, que assumiu a função este ano, após o falecimento de sua fundadora, Dra. Silvia Bellucci, em dezembro de 2012.
Números
Em 1988, o Ministério da Saúde adotou 1° de dezembro como Dia Mundial de Luta Contra a AIDS e, apesar do Brasil ser frequentemente citado como um modelo para outros países em desenvolvimento que enfrentam a epidemia da doença, estima-se, segundo órgãos oficiais, que existam cerca de 630 mil pessoas vivendo com o HIV no país e cerca de 30 mil a 35 mil novos casos da doença são registrados todos os anos.
Apesar de ser menos lembrada do que em décadas anteriores, a AIDS continua presente e atinge novos e diferentes grupos de pessoas. “A doença continua ativa, sem cura a curto prazo e ainda com muitos pacientes que não levam seu diagnóstico a público devido ao preconceito,. que também continua existindo, infelizmente. É necessário mais e mais se falar da doença , educar novos e antigos grupos de risco e continuar educando sempre, para colocar a prevenção nos níveis necessários“, garante Luis R. Antunes.
“Educação e prevenção são as armas mais poderosas para mudar significativamente os índices de contaminação, que hoje não mais estão diretamente ligados a classes sociais, faixa de idade ou grupos de risco específicos como nos anos 80”, explica o presidente da entidade.
Estudo
Um estudo realizado este ano pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta uma maior longevidade dos portadores do HIV. O número de pessoas com 50 anos ou mais vivendo com o vírus aumenta de forma gradativa no Brasil em consequência da eficácia do tratamento antiretroviral. Esses medicamentos passaram a ser distribuídos gratuitamente pela rede pública de saúde nos anos 90 e reduziram as taxas de mortalidade, transformando a infecção em doença crônica.
Pessoas mais velhas (40 anos ou mais) apresentaram maior taxa de controle do vírus quando comparadas às mais jovens (18 a 39 anos), segundo o estudo realizado com 2.307 participantes acompanhados no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, da Fiocruz. O número de comorbidades (doenças como diabetes, hipertensão e câncer) também aumentou à medida que crescia a idade dos grupos.
“Com o aumento da sobrevida da população com HIV e o crescente número de novas infecções em pessoas com 50 anos ou mais, o impacto nos diagnósticos e no tratamento de doenças não relacionadas à AIDS crescerá”, concluíram os autores do trabalho, coordenado por Thiago Torres e Beatriz Grinsztejn. (Publicado na revista de pesquisa da FAPESP http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=21193 )