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Corpo, sangue, órgão e emoções entoxicados & Corpo/Cérebro/Mente Doentes…

Publicado em 22 novembro 2021

Por elcienegalindo

Preste muita atenção no tipo de alimentos e conteúdo que você consome!!! A falta de conhecimento das verdadesm não justifica a falra de cuidados com a saúde! Seja cuidadoso com sua saúde integral… Seja seletivo com suas escolhas e informações que você fornece para a sua mente. O lixo químico e tóxico nos alimentos, água, medicamentos, e informações continas nas redes sociais e virtuais, mídias e livros com conteúdos manipulados que você lê, ouve e assiste vão lhe prejudicar e não vão para a lixeira, vão para o seu subconsciente.

Seria muita ingenuidade da nossa parte achar que tudo isso, não exerce nenhuma influência sobre nós. Preste mais atenção na qualidade de cada conteúdo daquilo que lhe é oferecido pelo sistema em que vivemos. Observe o lado tóxico dos conteúdos que você acompanha nas redes sociais, no teor das coisas que você assiste, nas letras das música que você escuta, no contato com os outros… Tudo isso interfere na sua vida, nas suas escolhas, formas pensamentos de maneira significativa e você nem percebe.

Se você costuma ouvir músicas e assistir programas que falam de traição, tristeza, abandono, desgraças, fofocas…. isso pode interferir na frequência que você vibra e tornar parte de sua realidade.

– Se você é uma daquelas pessoas que chega em casa e, por hábito, liga a televisão só para preencher o ambiente, muitas vezes no jornal ou em um programa de televisão que só aborda as desgraças do mundo, como você acha que está alimentando a atmosfera do seu lar?

– Como você acha que o subconsciente das pessoas reagem ao que está sendo oferecido?

A falta de atenção a esses detalhes faz com que a gente acumule muito lixo mental sem perceber.

Acontece que você sempre se sente sugado e não sabe o porquê. Preste mais atenção nesses hábitos. É importante que a gente saiba ponderar amorosamente aquilo que vamos escolher alimentar nossa corpo, mente e espírito.

Eu convido vocês a refletirem melhor sobre tudo isso, evitar as consequências que sequem essas escolhas e passarem a fazer escolhas mais conscientes a partir de hoje.

Busquem pesquisar, estudar mais, ler e acompanhar, assistir e escutar coisas que te façam bem e te ajudem a vibrar numa frequência mais elevada. Tenho absoluta certeza de que aos poucos as mudanças de paradigmas vão mudar seus pensamentos, suas escolhas, atitudes e sua vida pode mudar de forma significativa.

Abram os olhos !!! Fiquem sempre atentos as armadilhas!!! Se Cuidem!!!!

A Mente Humana age e reage no piloto automático quando perde ou não possui a capacidade de DISCERNIR.

A mente humana grava e executa toda informação, comandos e gatilhos que lhes foram embutidos e enviados, positiva ou negativa, e tanto faz se através de palavras, pensamentos ou atos, seus ou de terceiros, basta que o sujeito não enxergue a manipulação induzida e as aceite. Essa ação sempre acontecerá em mentes doentes, alienadas e com deficiência cognitiva, independente ou não de trazer resultados positivos ao indivíduo.

Abaixo segue artigos e temas sobre aquilo que afeta saúde física, mental, cerebral e espiritual.

Estresse físico aumenta risco de declínio cognitivo, diz estudo Imagem:

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos, descobriu que o estresse no trabalho está diretamente ligado à aceleração do envelhecimento do cérebro e a falta de memória.

Os resultados foram publicados no periódico Frontiers in Human Neuroscience. Para chegar a essa conclusão, os cientistas usaram dados de imagem cerebral de 99 pacientes que não tinham a parte cognitiva afetada ou com algum sintoma, e que tinham idade entre 60 e 79 anos….

Ao analisar os dados, eles constaram que aqueles que relatam altos níveis de estresse físico em seu trabalho recentemente, apresentaram volumes menores no hipocampo e tiveram desempenho inferior em tarefas de memória.

O hipocampo é a região do cérebro crucial para a memória e é afetado no envelhecimento normal e em casos de demência. “Nós sabemos que o estresse pode acelerar o envelhecimento e é fator de risco para maioria das doenças crônicas”, Aga Burzynska, uma das autoras do estudo. “Mas esse é a primeira evidência que o estresse ocupacional pode acelerar o envelhecimento cognitivo do cérebro.” A pesquisadora ressalta ainda que é importante entender como a exposição ao trabalho afetam o envelhecimento dos nossos cérebros.

Saúde do coração e cérebro

Um outro estudo publicado no periódico Neurology mostrou que cuidar do coração está ligada com a melhora da saúde cerebral.

De acordo com a pesquisa, outros fatores como não fumar, uma pontuação alta nos testes cognitivos e presença de uma variante genética específica também foram associados a uma melhor memória em idosos na faixa dos 90 anos.

“O que é bom para o coração parece funcionar para o cérebro e mostra-se muito importante contra a doença de Alzheimer”, diz Beth Snitz, um das autoras do estudo.

De acordo com Alzheimer’s Association, mais de cinco milhões de americanos sofrem com a doença. Aqui no Brasil, mais de um milhão convivem com a condição.

De acordo com os cientistas, esse novo estudo é focado em proteger as pessoas contra o problema.

Durante a amostra clínica, 100 voluntários que não tinham sinais de Alzheimer foram monitorados ao longo de 12 a 14 anos. Os pacientes tinham em média 90 anos quando chegavam no fim do estudo. Ao longo do trabalho, os voluntários respondiam testes cognitivos sobre a saúde deles.

Depois desse período, eles eram submetidos a exames de imagens PET Scan a cada dois anos e outros exames para acompanhar a saúde clínica a cada um ano.

Como esse tipo de exame de imagem pode identificar um acúmulo das proteínas beta amiloides (responsável pelo Alzheimer), os cientistas acreditavam que depois do teste, encontrariam mais respostas.

Depois de analisar alguns dados, os autores verificaram que os pacientes que tinham vasos sanguíneos saudáveis eram menos propensos a desenvolver placas beta amiloide. Os cientistas também ressaltaram a importância de atitudes saudáveis para o cérebro como evitar o tabagismo.

Demência (Distúrbio neurocognitivo maior)

A Demência é uma diminuição, lenta e progressiva, da função mental, que afeta a memória, o pensamento, o juízo e a capacidade para aprender.

Normalmente, os sintomas incluem perda de memória, problemas para utilizar a linguagem e fazer as atividades, alterações de personalidade, desorientação e comportamento disruptivo ou inapropriado.Os sintomas progridem de tal forma que as pessoas não podem realizar suas tarefas sozinhas, tornando-as totalmente dependentes dos outros.Os médicos baseiam o diagnóstico nos sintomas e resultados de um exame físico e nos exames de estado mental.Para determinar a causa são utilizados exames de sangue e por imagem.O tratamento se concentra em manter a função mental o maior tempo possível e fornecer apoio conforme a pessoa decai.

A Demência ocorre principalmente em pessoas com mais de 65 anos. A demência, particularmente o comportamento perturbador que muitas vezes a acompanha, é a razão para mais de 50% das internações nos asilos. No entanto, a demência é uma perturbação e não é uma parte do envelhecimento normal. Muitas pessoas com mais de 100 anos não têm demência.

A demência difere do delirium, que é caracterizado por uma incapacidade de prestar atenção, desorientação, incapacidade de pensar com clareza e flutuações do nível de alerta.

A demência afeta principalmente a memória e o delirium afeta principalmente a atenção.A demência normalmente apresenta início gradual e não um início definitivo. O delirium inicia-se repentinamente e frequentemente apresenta um início definitivo.

Mudanças no cérebro relacionadas à idade (também chamada perda de memória associada à idade) causam alguma diminuição da memória a curto prazo e da capacidade de aprendizagem. Essas alterações, ao contrário da demência, ocorrem normalmente conforme a idade das pessoas e não afetam as funções normais. A perda de memória nos idosos não é necessariamente um sinal de demência ou de início da doença de Alzheimer. No entanto, os sintomas mais precoces da demência são muito semelhantes.

O comprometimento cognitivo leve provoca maior perda de memória do que a perda de memória associada à idade. Também pode prejudicar a capacidade de uso da linguagem, do pensamento e o uso do bom senso. No entanto, assim como a perda de memória associada à idade, não afeta a capacidade de funcionar ou fazer tarefas diárias. Até metade das pessoas com transtorno cognitivo leve desenvolve demência dentro de 3 anos.

Declínio cognitivo subjetivo refere-se a um declínio contínuo da função mental que a pessoa afetada observa, mas que não é identificada por testes padronizados para deficiência cognitiva leve. Pessoas com declínio cognitivo subjetivo apresentam desempenho normal nesses testes. No entanto, essas pessoas são mais propensas a desenvolver comprometimento cognitivo leve e demência.

A demência é uma deterioração mais grave das capacidades mentais, que piora com o tempo. As pessoas com um envelhecimento normal podem perder coisas ou esquecer detalhes, mas as que sofrem de demência podem esquecer por completo alguns acontecimentos. As pessoas que têm demência têm dificuldade de fazer tarefas diárias normais como dirigir, cozinhar e lidar com as finanças.

A depressão pode se assemelhar à demência, especialmente em pessoas mais velhas, mas muitas vezes ambas podem ser distintas. Por exemplo, as pessoas com depressão podem comer e dormir pouco. No entanto, as pessoas com demência costumam comer e dormir normalmente até a doença estar mais avançada. As pessoas com depressão podem queixar-se amargamente sobre a sua perda de memória, mas raramente esquecem acontecimentos importantes ou assuntos pessoais. Em contraste, as pessoas com demência não têm discernimento sobre seus comprometimentos mentais e muitas vezes negam a perda de memória. Além disso, as pessoas com depressão recuperam a função mental após o tratamento da depressão. No entanto, muitas pessoas têm depressão e demência. Nesses casos, o tratamento da depressão pode melhorar a função mental, mas esta não se recupera totalmente.

Em alguns tipos de demência (como a doença de Alzheimer), o nível de acetilcolina no cérebro é baixo. A acetilcolina é um mensageiro químico (chamado de neurotransmissor) que ajuda as células nervosas a se comunicarem umas com as outras. A acetilcolina ajuda a memória, a aprendizagem, e a concentração e ajuda a controlar o funcionamento de vários órgãos. Ocorrem no cérebro outras modificações, mas ainda não é claro se isso causa ou resulta na demência.

Você sabia que…

A demência é uma doença, não uma parte do envelhecimento normal.Muitas pessoas com mais de 100 anos não têm demência.

Causas de demência

Comumente, a demência ocorre como uma doença do cérebro sem qualquer outra causa (o que é chamado de doença cerebral primária), mas pode ser provocada por diversos problemas.

Causas comuns de demência

Mais comumente, a demência é

Doença de Alzheimer, uma doença cerebral primária

Cerca de 60 a 80% dos idosos com demência têm a doença de Alzheimer.

Outros tipos comuns de demência incluem

Demência vascularDemência por corpos de LewyDemência frontotemporal (como doença de Pick)Demência relacionada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV)

Muitas pessoas sofrem de mais do que uma dessas demências (um transtorno denominado demência mista).

Outras doenças que podem causar demência

As doenças que podem provocar a demência incluem as seguintes:

Doença de Parkinson (uma causa comum, mas a demência ocorre tardiamente na evolução da doença)A lesão cerebral devido a um ferimento na cabeça ou certos tumoresDoença de HuntingtonDoenças causadas por príons, como doença de Creutzfeldt-Jakob (que causa uma demência rapidamente progressiva)Paralisia supranuclear progressivaSífilis que afeta o cérebro (neurossífilis)

Causas reversíveis ou tratáveis de demências

A maior parte dos quadros clínicos que causam demência não pode ser revertida, mas alguns podem ser tratados e podem ser chamados de demência reversível. (Alguns especialistas utilizam o termo demência apenas para os quadros clínicos que progridem e que não podem ser revertidos e utilizam termos como encefalopatia ou perda cognitiva quando a demência pode ser parcialmente reversível.) O tratamento muitas vezes pode curar essas demências se o cérebro não foi muito danificado. Se o dano cerebral for muito extenso, muitas vezes o tratamento não reverte a lesão, mas pode evitar novas lesões.

Os quadros clínicos que podem provocar a demência incluem os seguintes:

Hidrocefalia de pressão normalHematoma subduralDeficiência de tiamina, niacina ou vitamina B12Glândula tireoide com baixa atividade (hipotireoidismo)Tumores cerebrais que podem ser removidosUso prolongado e excessivo de drogas ou álcoolToxinas (como chumbo, mercúrio ou outros metais pesados)Neurossífilis se tratada precocementeOutras infecções (como a doença de Lyme, encefalite viral e a infecção fúngica criptococose)Doenças autoimunesEsclerose múltipla

Um hematoma subdural (acúmulo de sangue entre as camadas externa e média do tecido que cobrem o cérebro) ocorre quando um ou mais vasos sanguíneos se rompem, geralmente por causa de um ferimento na cabeça. Essas lesões podem ser leves e não podem ser reconhecidas. Os hematomas subdurais podem causar um declínio lento na função mental que pode ser revertido com tratamento.

Outras doenças

Muitas doenças podem piorar os sintomas de demência. Elas incluem doenças autoimunes, diabetes, bronquite crônica, enfisema, infecções, uma doença renal crônica, doenças do fígado e insuficiência cardíaca.

Medicamentos

Vários medicamentos podem causar ou piorar, temporariamente, os sintomas da demência. Alguns são de venda livre, sem prescrição médica. São exemplos comuns os soníferos (que são sedativos), os medicamentos para resfriado, os medicamentos contra a ansiedade e alguns antidepressivos.

Beber álcool, mesmo em quantidades moderadas, também pode piorar a demência, e a maioria dos especialistas recomenda que as pessoas que sofrem de demência interrompam o consumo de álcool.

Sintomas de demência

Progressão dos sintomas de demência

A função mental das pessoas com demência deteriora-se num prazo de 2 a 10 anos. No entanto, a demência progride a um ritmo diferente, dependendo da sua causa:

Nas pessoas com demência vascular (as quais geralmente são causadas por acidente vascular cerebral), os sintomas tendem a se agravar em fases súbitas com cada novo acidente vascular cerebral, e melhoram um pouco nos intervalos.Naqueles que sofrem da doença de Alzheimer ou de demência por corpos de Lewy, os sintomas tendem a se agravar de forma contínua.Na doença de Creutzfeldt-Jakob, a demência progride de forma rápida e contínua.

A taxa de progressão varia de um indivíduo para outro. Analisar a forma como a doença se agravou no ano anterior pode dar um indicativo do curso que seguirá no ano seguinte. Os sintomas pioram quando as pessoas com demência são levadas para clínicas de repouso ou outro tipo de instituição, uma vez que têm dificuldade em aprender e recordar as regras e as rotinas que devem seguir.

Problemas como dor, falta de oxigênio, retenção urinária e constipação podem causar delirium que piora com rapidez nas pessoas com demência. Uma vez corrigidos esses problemas, os pacientes geralmente regressam ao nível de funcionamento mental anterior.

Sintomas gerais de demência

Os sintomas da maioria das formas de demência são semelhantes. Geralmente a demência provoca o seguinte:

Perda de memóriaProblemas em usar a linguagemMudanças na personalidadeDesorientaçãoProblemas ao fazer tarefas diárias habituaisComportamento perturbador ou inapropriado

Embora exista uma variação de quando os sintomas ocorrem, categorizá-los como sintomas precoces, intermediários ou tardios ajuda as pessoas afetadas, os familiares e outros cuidadores a terem uma ideia do que esperar.

As mudanças de personalidade e o comportamento disruptivo (transtornos de comportamento) podem se desenvolver no início ou posteriormente. Algumas pessoas que sofrem de demência têm convulsões, que também podem ocorrer em qualquer ponto da doença.

Sintomas precoces de demência

Os primeiros sintomas de demência tendem a ser leves.

Como a demência se inicia de forma lenta e piora com o tempo, nem sempre se consegue identificar a perturbação desde o início.

Uma das primeiras funções mentais cuja deterioração é evidente

Memória, especialmente para eventos recentes

Além disso, as pessoas com demência normalmente têm cada vez mais dificuldade em fazer o seguinte:

Encontrar e utilizar a palavra certaEntender a linguagemPensar de forma abstrata, como quando se trabalha com númerosFazer muitas tarefas diárias, como encontrar o seu caminho e lembrar onde foram colocados os objetosUtilizar o bom senso

As emoções são instáveis e imprevisíveis, passando rapidamente da alegria para a tristeza.

As mudanças de personalidade também são frequentes. Os familiares podem perceber um comportamento incomum.

Algumas pessoas com demência conseguem dissimular as suas deficiências muito bem. Evitam atividades complexas, como controlar as suas contas bancárias, ler ou trabalhar. Os que não modificam o seu estilo de vida podem sentir-se muito frustrados perante a incapacidade de realizar as suas tarefas diárias. Podem esquecer de fazer tarefas importantes ou podem fazê-las de forma incorreta. Por exemplo, podem esquecer de pagar as contas ou desligar as luzes ou o fogão.

No início da demência, as pessoas podem ser capazes de continuar a dirigir, mas podem ficar confusas no trânsito congestionado e se perderem com mais facilidade.

Sintomas intermediários de demência

Conforme a demência piora, os problemas existentes pioram e se expandem, fazendo com que fique difícil ou impossível realizar as seguintes tarefas:

Aprender e lembrar novas informaçõesPor vezes, lembrar de eventos do passadoExecutar tarefas diárias de autocuidado, como tomar banho, comer, se vestir e ir ao banheiroReconhecer as pessoas e os objetosManter o controle do tempo e saber onde estãoEntender o que veem e ouvem (levando a confusão)Controlar o seu comportamento

As pessoas muitas vezes se perdem. Podem não ser capazes de encontrar o seu próprio quarto ou banheiro. Podem andar, mas estão mais propensas a cair.

Em cerca de 10% das pessoas, essa confusão leva a sintomas de psicose, como alucinações, delírios (falsas crenças, devido a uma má interpretação das percepções ou das experiências) ou paranoia (sentimentos de perseguição injustificados).

Conforme a demência progride, dirigir torna-se cada vez mais difícil, pois requer a tomada de decisões rápidas e a coordenação de muitas habilidades manuais. As pessoas podem não se lembrar aonde estão indo.

Os traços da personalidade podem se tornar mais exagerados. As pessoas que estavam sempre preocupadas com o dinheiro ficam obcecadas com isso. As pessoas que costumavam ser preocupadas ficam preocupadas constantemente. Algumas pessoas ficam irritadas, ansiosas, egocêntricas, inflexíveis ou se irritam mais facilmente. Outras se tornam mais passivas, sem expressão, deprimidas, indecisas ou ausentes. As pessoas com demência podem ficar hostis ou agitadas se forem mencionadas as mudanças em sua personalidade ou função mental.

Os padrões do sono podem ser anômalos. A maioria das pessoas com demência dorme uma quantidade adequada de horas, mas passam menos tempo em sono profundo. Como resultado, podem tornar-se inquietas durante a noite. Também podem ter problemas para adormecer ou manter o sono. Se as pessoas não se exercitam o suficiente ou não participam de muitas atividades, podem dormir muito durante o dia. Então não dormem bem durante a noite.

Distúrbios comportamentais na demência

Devido ao fato de as pessoas serem menos capazes de controlar o seu comportamento, por vezes agem de forma inadequada ou disruptiva (por exemplo, gritando, se jogando, se debatendo ou errantes). Essas ações são chamadas de transtornos comportamentais.

Vários efeitos da demência contribuem para essa maneira de agir:

Como pessoas com demência esqueceram as regras comportamentais adequadas, podem agir de forma socialmente inadequada. Quando está calor, podem se despir em público. Quando têm impulsos sexuais, podem se masturbar em público, usar linguagem vulgar ou obscena ou fazer exigências sexuais.Como elas têm dificuldade em compreender o que ouvem e o que veem, podem interpretar uma oferta de ajuda como uma ameaça, podendo ser violentas. Por exemplo, quando alguém tenta ajudá-las a se despir, podem interpretar essa ajuda como um ataque e tentar se proteger, por vezes, batendo na pessoa.Levando-se em conta que a sua memória a curto prazo é deficiente, não se lembram do que lhes foi dito, nem do que fizeram. Repetem as perguntas e as conversas, solicitam atenção constante ou pedem coisas (como comida) que já receberam. Podem ficar agitadas e chateadas quando não recebem o que pedem.Por não conseguirem expressar as suas necessidades com clareza ou de maneira alguma, podem gritar de dor ou perambular, quando se sentem sozinhas ou assustadas. Elas podem vagar, gritar ou chamar quando não conseguem dormir.

Se um determinado comportamento é considerado perturbador depende de muitos fatores, incluindo quanto o prestador de cuidados é tolerante e qual o tipo de situação que a pessoa com demência está passando. Se a pessoa vive em um ambiente seguro (com trancas e alarmes em todas as portas e portões), a perambulação pode ser tolerável. No entanto, se a pessoa vive em uma casa de repouso ou hospital, a perambulação pode ser inadmissível, pois perturba outros residentes ou interfere no funcionamento da instituição. Os cuidadores podem tolerar o comportamento disruptivo melhor durante o dia do que à noite.

Sintomas tardios (graves) de demência

Com o tempo, as pessoas com demência perdem a habilidade de seguir uma conversa e ficam incapazes de falar. A memória para eventos recentes e passados ??é perdida de forma completa. Podem não reconhecer os familiares próximos ou até mesmo seu próprio rosto num espelho.

Quando a demência é avançada, a capacidade de trabalho do cérebro fica destruída quase que de forma total. A demência avançada interfere no controle dos músculos. As pessoas não conseguem andar, se alimentar ou realizar qualquer outra tarefa diária. Tornam-se totalmente dependentes dos outros e acabam ficando incapazes de sair da cama.

Também podem apresentar dificuldade em engolir alimentos sem engasgarem. Esses problemas aumentam o risco de desnutrição, pneumonia (muitas vezes devido a inalação de secreções ou partículas da boca) e lesão por pressão (pois não podem se mover).

A morte costuma ocorrer como resultado de uma infecção, como a pneumonia.

Diagnóstico de demência

Avaliação de um médicoTeste do estado mentalAlgumas vezes testes neuropsicológicosExames de sangue e exames por imagem para descartar causas

A falta de memória costuma ser o primeiro sinal de demência notado por familiares ou médicos.

Testes de função mental

Também é realizado um teste de estado mental da pessoa, constituído de perguntas e tarefas simples, como nomear objetos, lembrar de listas curtas, escrever frases e copiar formas. Para testar a memória, os médicos podem ler uma lista de três objetos, esperar 5 minutos, em seguida, pedir para a pessoa citar esses objetos. Geralmente, as pessoas com demência não conseguem se lembrar deles.

Testes neuropsicológicos, que são mais detalhados, às vezes são necessários para esclarecer o grau de comprometimento ou para determinar se a pessoa está passando por um declínio mental verdadeiro. Esses exames cobrem todas as funções mentais principais, incluindo o estado de ânimo, e a sua realização dura de 1 a 3 horas. Esse teste ajuda os médicos a distinguir a demência do desgaste da memória associado à idade, do transtorno cognitivo leve e da depressão.

Os médicos podem diagnosticar a demência normalmente com as informações sobre os sintomas e o histórico familiar da pessoa e os resultados dos testes de estado mental.

Com base nessas informações, normalmente os médicos também podem descartar o delirium como a causa dos sintomas (consulte a tabela Comparação entre delirium e demência). Fazer isso é essencial, pois o delirium, diferente da demência, pode, frequentemente, ser revertido se for tratado rapidamente.

As constatações que indicam a demência incluem o seguinte:

As pessoas têm problemas com o pensamento e o comportamento que interfere na realização das tarefas diárias.Esses problemas tornaram-se cada vez piores, fazendo com que as tarefas diárias sejam cada vez mais difíceis.As pessoas não têm delirium ou uma doença psiquiátrica que poderia causar os problemas.

Além disso, as pessoas têm pelo menos dois sintomas dos apresentados a seguir:

Dificuldade de aprender e lembrar novas informaçõesDificuldade em usar a linguagemDificuldade em compreender onde os objetos estão no espaço, reconhecer os objetos e rostos e compreender como partes de um todo se relacionam entre siDificuldade de planejar, resolver problemas, lidar com tarefas complexas (como gerenciar uma conta bancária) e usar o bom senso (função executiva)Mudanças na personalidade, comportamento ou conduta

Exame físico

Geralmente é feito um exame físico, incluindo um exame neurológico, para determinar se existem outros problemas. Os médicos procuram doenças tratáveis ??que podem estar causando, contribuindo ou que são confundidos com demência.

Os médicos podem determinar a presença ou não de outra doença física ou psiquiátrica (como a esquizofrenia), visto que o seu tratamento pode melhorar a situação geral das pessoas com demência.

Outros testes

Realizam-se exames de sangue. Eles geralmente incluem a medição dos níveis sanguíneos de hormônios da tireoide para verificar se essa apresenta alterações e se há deficiência nos níveis de vitamina B12.

Se os médicos suspeitarem que a causa da demência é uma infecção (como neurossífilis), uma doença autoimune ou doença causada por príons, é realizada uma punção lombar (punção da coluna vertebral).

Uma tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) é feita durante a avaliação inicial de demência. Esses exames de imagem podem identificar anormalidades que podem causar demência (como um tumor cerebral, hidrocefalia de pressão normal, um hematoma subdural e acidente vascular cerebral).

É feita, por vezes, uma tomografia por emissão de pósitrons (positron emission tomography, PET) ou TC de emissão de fóton único (single-photon emission CT, SPECT) para ajudar os médicos a identificar os diferentes tipos de demência, como doença de Alzheimer, demência frontotemporal e demência por corpos de Lewy. Esses exames de imagem usam substâncias radioativas para produzir imagens.

No entanto, por vezes a causa da demência pode ser definitivamente confirmada apenas quando uma amostra de tecido cerebral é retirada e examinada sob um microscópio. Por vezes, esse procedimento é feito após a morte, durante uma autópsia.

Tratamento de demência

Caso haja diagnóstico precose, pode haver tratamento para evitar piora. Porém nenhum tratamento pode restabelecer a função mental para a maioria das demências. No entanto, tratar os distúrbios que estão causando ou a piorando a demência pode, às vezes, parar ou reverter a demência. Esses distúrbios incluem uma tireoide hipoativa, um hematoma subdural, hidrocefalia de pressão normal e deficiência de vitamina B12. Quando esses distúrbios surgem em pessoas que já têm demência, tratá-los, às vezes, retarda a deterioração mental. Nas pessoas com demência e depressão, os antidepressivos (como a sertralina e a paroxetina) e o aconselhamento profissional podem ajudar, ainda que transitoriamente. Para alcoólatras que têm demência, a abstinência do álcool às vezes resulta em melhora em longo prazo. Quando possível, é feita a suspensão do uso de medicamentos que podem fazer com que a demência piore, como os sedativos e os medicamentos que afetam a função cerebral. Para pessoas com glândula tireoide hipoativa, a reposição do hormônio da tireoide pode ser eficaz.

São tratadas a dor e outras doenças ou problemas de saúde (por exemplo uma infecção do trato urinário ou uma constipação), estando ou não relacionados com a demência. Esse tratamento pode ajudar a manter a função em pessoas com demência.

A criação de um ambiente seguro e de apoio pode ser extraordinariamente útil, e certos medicamentos podem ajudar por um tempo. A pessoa com demência, os familiares, outros cuidadores e os profissionais da área da saúde envolvidos devem discutir e decidir sobre a melhor estratégia a ser seguida. Fonte

Prevenção e diagnóstico precoce são cruciais para evitar complicações graves da doença.

Demência pode aparecer também em adultos jovens, entenda.

O diagnóstico precoce da demência vascular é fundamental, mas as circunstâncias atuais não ajudam. Em função da pandemia, o país retrocedeu na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares, que atingem cerca de 14 milhões de brasileiros. Isso aconteceu tanto pela sobrecarga do sistema de saúde como pelo receio de se infectar com o Sars-CoV-2, que levou muita gente a adiar ou cancelar exames, consultas e internações.

As consequências desse retrocesso já são perceptíveis. Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou que as mortes por doenças cardiovasculares cresceram em toda as capitais estudadas.

Para além dos problemas vasculares, também vale chamar atenção para o mal de Alzheimer, responsável pela maioria dos casos de demência precoce. Ele ocorre a partir de um acúmulo de proteínas no cérebro, que provoca lesão e morte dos neurônios nas regiões responsáveis pelo aprendizado e retenção de informações.

Enquanto nos mais velhos o primeiro sintoma de Alzheimer costuma ser a perda de memória, nos jovens ela tende a ser o último. Os adultos com menos de 65 anos têm maior propensão a desenvolver uma forma “incomum” do Alzheimer, na qual os sintomas predominantes são a atrofia cortical posterior (a dificuldade de processar informações visuais, como palavras escritas ou distâncias), a afasia logopênica (a perda progressiva da fala) e o Alzheimer comportamental, que afeta a capacidade de planejar e tomar decisões, e, frequentemente, faz com que o paciente perca as inibições e se comporte de forma inadaquada.

Segundo a Alzheimer’s Society, principal organização não governamental dedicada à doença no Reino Unido, até um em cada três jovens com Alzheimer manifesta alguma dessas formas atípicas. Nos pacientes mais velhos, elas atingem apenas um em cada 20 indivíduos.

Casos de demência quase triplicarão no mundo todo até 2050, diz estudo.

A demência precoce é uma doença séria, que modifica a maneira como o paciente se relaciona com o mundo de forma irreversível e pode reduzir — quando não arruinar — sua qualidade de vida. A prevenção, quando possível, e o diagnóstico precoce são ferramentas cruciais para garantir dignidade aos portadores desse mal. Quanto mais consciência e menos preconceito a sociedade tiver em torno do assunto, melhor. Fonte

Muito associada a idosos, a demência também acomete adultos jovens. Nessa fase da vida, uma das principais causas do problema é a doença vascular — sozinha ou combinada com o Alzheimer.

É o que confirma um estudo inédito feito pelo Biobanco da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) já submetido para publicação em revista científica e que está em processo de revisão por pares.

Para chegar ao resultado, os cientistas analisaram o cérebro de 275 indivíduos com menos de 65 anos. Em 10% dos casos, foi identificada a chamada demência vascular, que ocorre por danos causados pela falta de circulação do sangue.

“Lesões no cérebro provocadas pela doença dos vasos cerebrais são tão frequentes quanto as lesões da doença de Alzheimer”, afirma Roberta Diehl Rodriguez, neurologista e pesquisadora do grupo de neurologia cognitiva e do comportamento do Biobanco da FMUSP.

“Estudos recentes mostram que a presença de mais de um tipo de lesão no cérebro de pacientes jovens com demência é mais frequente do que se imaginava”, continua ela. A presença das lesões não significa obrigatoriamente a manifestação dos sintomas de demência. “A amostra estudada tinha indivíduos sem alterações cognitivas e com alterações. Os pacientes podem ter as alterações no encéfalo sem apresentarem sintomas.”

Um estudo anterior, publicado no Journal of Alzheimer’s Disease no início do ano, já havia mostrado que pacientes com menos de 60 anos de idade também tinham o risco de desenvolver mais de uma doença neurodegenerativa em conjunto com o Alzheimer.

Os primeiros sintomas de demência vascular podem aparecer depois de um AVC (acidente vascular cerebral) ou em decorrência de isquemias menores ao longo dos anos. Entre os fatores de risco observados estão hipertensão, diabetes, tabagismo e abuso de álcool.

Sintomas mais comuns da demência vascular

Prejuízos na memória, com esquecimento de atividades básicas, como cozinharPerda de forçaAlterações no funcionamento cognitivo

Nem toda demência é Alzheimer…

Embora considerado o tipo mais comum de demência, o Alzheimer é apenas uma entre várias classificações da condição. Ela é caracterizada por um processo degenerativo que provoca lesão e morte de neurônios em regiões responsáveis pelo aprendizado e memória.

“O Alzheimer responde por mais de 60% dos casos de demência. A piora dos sintomas ocorre de forma lenta e progressiva com o decorrer do tempo”, explica Rodriguez.

Muitas vezes, os primeiros sinais são ignorados e a doença passa despercebida pelo paciente e por seus familiares. “Ao mesmo tempo que os parentes acham que esquecimentos são normais por causa da idade quando a pessoa é muito nova, acreditam que é cedo para ter Alzheimer e atribuem a outros fatores, como estresse”, observa Rodrigo Shultz, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein e presidente da ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer). O diagnóstico tardio, portanto, é comum.

Existe ainda a demência frontotemporal, que pertence a um conjunto chamado degeneração lobarfrontotemporal. “Ela integra um grupo com várias doenças. Entre elas, a afasia progressiva primária”, explica Shultz.

Há também a Demência de Corpos de Lewy, uma das doenças mais degenerativas do mundo e que acomete mais os homens. Ao contrário do Alzheimer, ocorre de forma rápida e é acompanhada de sintomas associados ao Parkinson e alucinações

Além de tudo que vem afetando a saúde física , psicolóliga e cerebral , estudos ajudam a entender o impacto do novo coronavírus no cérebro humano.

Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar a pandemia pelo novo coronavírus, em março de 2020, um estudo com pacientes na Itália já relatava a perda do olfato e do paladar como um dos sintomas de COVID-19. Em abril do mesmo ano, foi publicado o primeiro estudo sobre o impacto neurológico da doença, com centenas de pessoas.

O caminho do vírus

Um dos estudos apresentados no seminário, conduzido na Charité Medicine University Berlin (Alemanha), demonstrou que o novo coronavírus utiliza a mucosa olfatória como porta de entrada para o cérebro. “Isso se dá devido à proximidade anatômica entre as células da mucosa, os vasos sanguíneos e as células nervosas na área. Uma vez instalado na mucosa olfatória, o vírus parece usar conexões neuroanatômicas, como o nervo olfatório, para chegar até o cérebro”, afirmou Helena Radbruch, que analisou amostras da mucosa olfatória e de outras quatro regiões do cérebro de 33 pacientes que tiveram a forma grave da doença e morreram.

A equipe de Radbruch acompanhou outros 180 pacientes desde a fase aguda da doença até meses após a recuperação. “A boa notícia, sobretudo para quem teve COVID-19, é que o vírus não permanece por muito tempo no cérebro. Verificamos que somente em alguns pacientes o SARS-CoV-2 atinge esse órgão e, três semanas após a fase aguda, ele já não está mais lá”, contou.

Radbruch estudou também como o sistema imunológico responde à infecção pelo novo coronavírus. Além de encontrar evidências de células imunológicas ativadas no cérebro e na mucosa olfatória, foi possível detectar as assinaturas imunológicas dessas células no fluido cerebral. Em alguns dos casos estudados, os pesquisadores também encontraram danos no tecido causados por acidente vascular cerebral – um resultado da obstrução de vasos sanguíneos.

“A presença do vírus nas células nervosas da mucosa olfatória parece explicar os sintomas neurológicos, como a perda de olfato e paladar, não tão rara assim entre pacientes com COVID-19”, disse.

No Brasil, pesquisadores do Instituto D’Or e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conduziram uma série de experimentos e concluíram que, além da mucosa olfatória, existem diferentes formas de o vírus atingir o cérebro. Uma delas se daria conforme a doença vai progredindo para diferentes órgãos e a inflamação sistêmica a torna ainda mais grave, o que facilitaria a entrada do vírus no cérebro.

“Infelizmente, identificamos em uma autópsia uma infecção viral grave no plexo coroide, uma estrutura do sistema nervoso central protegida pela barreira hematoencefálica. Essa região do cérebro concentra grandes quantidades de ACE2, que é a proteína à qual o vírus se conecta para invadir o organismo, também encontrada em abundância nos pulmões”, ressaltou Marilia Zaluar Guimarães, pesquisadora da UFRJ e do Instituto D’Or.

Um bebê de um ano, que já sofria com encefalopatia e que não sobreviveu à COVID-19. A autópsia revelou que havia vírus no pulmão, coração, córtex cerebral e também na região cerebral do plexo coroide. “A infecção pelo SARS-CoV-2 causou pneumonia, meningite e danos em múltiplos órgãos devido à trombose, entre eles rins, pulmão, cérebro, coração e pâncreas”, relatou.

Com a comprovação de que o novo coronavírus era capaz de romper a barreira hematoencefálica e se infiltrar em regiões do cérebro, a equipe de pesquisadores começou a realizar estudos em organoides – modelos simplificados de órgãos produzidos por meio de engenharia genética. Os minicérebros cultivados in vitro pelo grupo foram desenvolvidos na época da epidemia de zika. Para isso, os pesquisadores utilizam células-tronco pluripotentes induzidas (células da pele ou do sangue reprogramadas para retornar a um estágio de pluripotência semelhante ao de células-tronco), que recebem estímulos para se diferenciar em células nervosas, como astrócitos e neurônios.

“É um modelo simplificado do cérebro humano, mas com uma variedade celular que permite acompanhar o funcionamento da infecção causada pelo novo coronavírus. Com isso, conseguimos provar que, embora o SARS-CoV-2 provoque dano no cérebro, ele não consegue se replicar lá. Descobrimos também que a infecção causa a redução de células neuroprogenitoras, mas não afeta a capacidade de proliferação dessas células. O que é curioso”, sublinhou.

A pesquisadora destaca, no entanto, que em estudos semelhantes ao dela, que usaram quantidades maiores de vírus para infectar os minicérebros, observou-se replicação viral. Segundo a cientista, isso ajudaria a entender a variação de gravidade, sintomas e sequelas neurológicas deixados pela COVID-19 .

Zaluar e Radbruch concordam que, embora o vírus seja eliminado do cérebro algumas semanas após o fim da fase aguda da doença, ocorre um aumento das citocinas (moléculas indutoras de inflamação) no local – uma provável explicação para os diversos problemas neurológicos do pós-COVID.

Células da glia

Outra pesquisa apresentada no evento foi conduzida por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP) com apoio da FAPESP. O grupo acompanhou 81 indivíduos que testaram positivo para COVID-19 e não precisaram ser hospitalizados. Mais de 50 dias após o diagnóstico, os voluntários ainda apresentavam alterações na estrutura do córtex cerebral associadas a regiões do trato olfatório. Entre os pesquisados, 28% desenvolveram algum grau de ansiedade, 20% de depressão, 28% tiveram perda de memória e 34% relataram perda de funções cognitivas.

Os pesquisadores também avaliaram amostras de tecido cerebral de 26 pacientes que morreram após contrair a COVID-19 – em todas elas a presença do vírus foi confirmada. Em cinco amostras também foram encontradas alterações que sugerem ter ocorrido prejuízo ao sistema nervoso central.

A análise de metabolômica mostrou que as células da glia infectadas apresentam uma hiperativação metabólica nas vias glicolíticas (responsáveis por quebrar a molécula de glicose nos tecidos). Além disso, a mitocôndria dessas células teve suas funções intensificadas. “É provável que a alteração na expressão das proteínas envolvidas com o metabolismo do carbono tenha alguma relação com as mudanças no metabolismo celular”, avaliou.

Segundo Peron, especula-se que a alteração na expressão da enzima glutaminase esteja relacionada com a necessidade do vírus de se replicar. A enzima é de extrema importância para as células da glia, pois 90% das sinapses do nosso cérebro são glutaminérgicas, ou seja, mediadas por esse neurotransmissor. “Tanto que, quando a glutaminase é bloqueada, ocorre a redução de citocinas inflamatórias [redução da inflamação]”, explicou.Fonte

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