Enquanto os Estados Unidos já estimam ter 100 milhões de doses de uma vacina para o coronavírus até o início de 2021, o Brasil segue fazendo pesquisas para desenvolver a sua solução de imunização. Atualmente o estudo vai entrar na fase pré-clínica e as doses serão testadas em camundongos para apenas depois, se apresentarem resultados satisfatórios, serem testadas em humanos.
Diferente do método utilizado em outros países, que utilizam o mRNAm, ou RNA mensageiro, a vacina brasileira utiliza partículas que carregam fragmentos do coronavírus, que geram uma resposta no sistema imunológico que cria resistência ao vírus ao aprender a identificá-lo e combatê-lo.
A vantagem é que o modelo nacional é mais rápido para ser desenvolvido e geralmente tem resultados mais promissores. Ele está sendo desenvolvido pela Faculdade de Medicina da USP e pelo Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração e financiado pela Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Os testes em voluntários humanos devem ser iniciados em breve com um total de 3 tipos diferentes, de acordo com o pesquisador responsável numa entrevista à Fapesp, Gustavo Cabral:
“Já conseguimos desenvolver três formulações de vacinas que estão sendo testadas em animais. Em paralelo, estamos formulando diversas outras para identificar a melhor candidata.”
Este é um momento muito importante para os cientistas, pois agora eles poderão dosar para saber qual a concentração ideal para que o organismo possa criar uma resposta imunológica duradoura nos animais e posteriormente em humanos.
Vale lembrar que uma vacina desenvolvida em Oxford, na Inglaterra, deverá ser testada em humanos no Brasil. No total serão 2.000 pessoas da linha de frente no combate ao coronavírus de São Paulo e Rio de Janeiro a serem infectadas e imunizadas contra o coronavírus ainda em junho. O estudo faz parte do esforço global para conter a pandemia onde o Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido ao participar de tais testes e terá apoio da ANVISA e do Ministério da Saúde.
Atualmente 133 vacinas estão sendo desenvolvidas em todo o mundo, todas com reconhecimento da Organização Mundial de Saúde, isso sem contar aqueles projetos que ainda não foram reconhecidos pela organização mas podem passar por ela em breve.