Desde o começo da pandemia do coronavírus, em 2020, a ciência do mundo tem trabalhado em formas de inativar o SARS-CoV-2. Entre elas, está o uso de ultrassom para a quebra da proteína spike – a responsável por invadir a célula humana. Somente agora, a possibilidade foi testada – e com sucesso.
A técnica criada pelo professor de Mecânica Aplicada do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Tomasz Wierzbicki, foi utilizada pelos pesquisadores da USP. O trabalho – feito no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) – confirmou a possibilidade, conforme os resultados divulgados no repositório online bioRxiv.
Mesmo em versão preprint – quando ainda precisa de revisão por pares –, o estudo mostra que a hipótese pode revolucionar o combate à pandemia da Covid-19. O docente e pesquisador do IFSC-USP Odemir Bruno explicou à Agência FAPESP que a metodologia buscou algum aparelho de ultrassom que tivesse frequências que penetram a pele humana e quebram a espícula do vírus ao mesmo tempo.
O experimento chegou até uma unidade que emite uma frequência específica – 5/10 MHz – que chegasse nessas condições. Ao realizar o procedimento in vitro, foi possível chegar até o objetivo.
“Tivemos a sorte de encontrar um único equipamento hospitalar que emite essa exata frequência (5/10 MHz). Conseguimos demonstrar experimentalmente que a técnica funciona in vitro, sendo muito eficaz na inativação do vírus e na redução drástica da carga viral. Vamos ter que realizar muitos procedimentos ainda para compreender melhor o fenômeno, mas o certo é que o ultrassom destrói o vírus e tem potencial para se tornar uma poderosa arma que a medicina poderá usar para combatê-lo.”
Odemir Bruno
Docente e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP)
Agora, a próxima etapa consiste em ter o conhecimento de onde fica essa “casca” do vírus que é rompida com o ultrassom, além de identificar se é seguro aproveitar essas ondas em pacientes. Já há em andamento experimentos com animais, para depois começarem os testes clínicos com humanos.
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