Mais perto da Alemanha do que da China: o genoma do primeiro caso de coronavírus no Brasil mostrou semelhanças com o vírus da Alemanha e diferenças com o de Wuhan, na China, o epicentro da epidemia.
O sequenciamento completo do vírus no Brasil foi feito por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, da USP e da Universidade de Oxford muito rapidamente: em apenas dois dias.
O vírus foi obtido da secreção de nasofaringe de um empresário de 61 anos, da zona sul de São Paulo, o primeiro paciente da epidemia no país.
Ele esteve na Lombardia, na Itália, um polo importante da epidemia, e ao voltar a São Paulo foi ao Hospital Albert Einstein com febre, tosse seca, dor de garganta e nariz escorrendo.
"Esse é um vírus que sofre poucas mutações, em média uma por mês", observou Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da USP, uma das cientistas envolvidas no sequenciamento do coronavírus.
Pesquisadores da USP e de Oxford já estavam treinando a equipe do Adolfo Lutz a usar a tecnologia de sequenciamento MinION antes de o primeiro caso da epidemia acontecer no Brasil.
Os cientistas participam do projeto CADDE, que estuda as epidemias em tempo real.