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Consumo de álcool é proibido em todos os campus da UNESP

Publicado em 17 abril 2008

O terceiro parágrafo do artigo 2ª da Portaria UNESP nº 525, de 27 de outubro de 2005, é explícito: "É vetado o uso de bebidas alcoólicas nas dependências dos campus Universitários". Muito embora essa resolução já seja válida há mais de dois anos, é do conhecimento de todos que o consumo de bebidas alcoólicas dentro da Unesp de São José do Rio Preto é uma atividade realizada pelos alunos com freqüência em ocasiões como festas, torneios, saraus etc.

"Precisamos começar a incentivar a aplicação real dessa lei dentro do nosso campus. É normal que haja resistência a mudanças, mas todos devem entender que essa proibição existe em vista do bem de todos a comunidade", diz Raul Aragão Martins, do Departamento de Pedagogia e membro do Comad (Conselho Municipal de Álcool e Outras Drogas) e do Conen (Conselho Estadual de Entorpecentes).

Uma das medidas para que essa resolução seja respeitada na Unesp de São José do Rio Preto já foi tomada: bebidas alcoólicas não são vendidas nas cantinas do campus. "Há algum tempo podia vender sem problema. Depois houve uma época em que a venda só era liberada das 18:00 às 19:00, mas logo eles avisaram que não era mais para vender em nenhum horário, aí eu parei", conta Marcos Antônio Pulsoni, dono da cantina do Bloco C.

Segundo Martins, outra providência a ser tomada é a realização de uma campanha interna de divulgação sobre os efeitos prejudiciais do álcool. "Há casos de morte por coma alcoólico em outros campi da Unesp. Aqui mesmo, na semana de recepção dos calouros, uma mãe veio se queixar porque teve que levar seu filho para o hospital após ele ter ingerido bebida alcoólica demais", diz Martins. "Os alunos têm que entender que, além dos danos a curto prazo, como queda no desempenho escolar, há efeitos de longo prazo também, como danos psicológicos".

O docente afirma que uma das grandes causas do interesse pelo álcool é a influência da propaganda sobre os consumidores. De acordo com ele, há países em que qualquer tipo de droga é permitido, mas nenhum meio de divulgação pode apresentar propagandas que estimulem o consumo. "A influência da mídia leva jovens consumidores a acreditarem que estão agindo normalmente, quando, na verdade, não estão. O principal problema que detectamos em estudantes é que, geralmente, quem bebe, bebe muito", diz.

Em uma tentativa de amenizar o problema e obter melhoras a longo prazo, o docente vai apresentar à Direção um plano de trabalho concernente ao consumo de cigarro e bebida no Instituto. "Outro projeto que vamos começar a desenvolver esse ano, com patrocínio da Fapesp, é um programa especial que vai ensinar professores a identificar alunos que estão bebendo em excesso e encaminhá-los para auxílio", conta Martins.

Enquanto essas mudanças não acontecem, muitos alunos da Unesp de São José do Rio Preto continuam a desrespeitar a resolução de outubro de 2005.

"Parei de vender bebidas alcoólicas quando a Direção me informou que eu não podia mais, só que sempre que há alguma comemoração aqui no campus eu vejo os alunos passando com caixas e caixas de cerveja e não posso fazer nada", diz Gilvarto José dos Santos, dono da cantina do Bloco A. "Acho que enquanto todas as partes não respeitarem essa proibição, não tem como esperar que as coisas mudem no nosso Instituto".

Fonte: Unesp / Universia Brasil