No sertão da Paraíba, mais especificamente na Serra do Urubu, no trecho do município de Aguiar, está sendo construído o maior radiotelescópio do Brasil: BINGO (sigla em inglês para Oscilações Acústicas de Bárion de Observações Integradas de Gás Neutro).
No sertão da Paraíba, mais especificamente na Serra do Urubu, no trecho do município de Aguiar, está sendo construído o maior radiotelescópio do Brasil: BINGO (sigla em inglês para Oscilações Acústicas de Bárion de Observações Integradas de Gás Neutro).
Trata-se de um projeto grandioso, que vem sendo desenvolvido em uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Universidade de Manchester (Inglaterra) e a Universidade YangZhou (China), e ganhou destaque em uma reportagem na Folha de São Paulo.
O governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties)/ Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB), aportou R$ 13 milhões no projeto, até o momento. O Bingo já obteve investimentos totais de cerca de R$ 35 milhões advindos também do Governo de São Paulo, por meio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo), do governo federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI/FINEP) e da China.
Trechos da reportagem:
As assinaturas de BAO não são apenas indicações de como seriam os primeiros sons do Universo. Elas também servem de padrão para medir os efeitos de outro fenômeno invisível: a energia escura.
A energia escura faz o Universo se expandir. Seus efeitos estão em toda parte, mas sua natureza é desconhecida.
O estudo da escala das assinaturas de BAO a diferentes distâncias da Terra conta como os efeitos da energia escura alteraram a história do Universo.
"Chamamos de régua padrão", afirma Santos. "Temos esta escala fixa. Pelas suas variações aparentes, podemos saber como o Universo evoluiu ao longo do tempo."
Larissa Santos faz parte do projeto internacional responsável pelo radiotelescópio Bingo, atualmente em construção na Paraíba. Bingo é a sigla em inglês de "BAOs de Observações Integradas de Gás Neutro".
O radiotelescópio será sintonizado com as assinaturas de radiação características do hidrogênio —o átomo mais simples, mais antigo e mais abundante do Universo.
Os átomos de hidrogênio liberam radiação com comprimento de onda de 21 centímetros. Este comprimento é invisível para o olho humano, mas pode ser detectado pelo radiotelescópio.
A energia escura "estica" a radiação das nuvens de hidrogênio mais distantes. Com isso, o comprimento de onda observado aqui na Terra aumenta. Quanto maior a distância, maior o comprimento de onda.
"Você escolhe a frequência do radiotelescópio de acordo com a época do Universo que você quer medir", explica Santos.
O radiotelescópio Bingo foi projetado para mapear a distribuição do hidrogênio entre um bilhão e quatro bilhões de anos-luz atrás – o que é relativamente próximo, na escala cósmica de tempo e espaço.
Os dois enormes espelhos parabólicos do Bingo refletem essa radiação primordial sobre um conjunto de 50 detectores de ondas dirigidas, conhecidos como "cornetas".
A br móvel do telescópio é o planeta onde ele está sendo construído. A rotação da Terra movimenta o equipamento sob as estrelas, varrendo uma área do céu de 15 por 200 graus.
Usando cálculos estatísticos complexos, a professora Larissa Santos irá analisar os dados para localizar milhões de galáxias, examinando as distâncias relativas entre elas. Com isso, será possível estudar com mais profundidade como a energia escura afetou os padrões de BAOs naquela época.
"O Bingo irá examinar o Univers
Fonte: patosmetropole
Gazeta do Povo