Encontro ocorreu no dia 22 de maio e reuniu integrantes de diferentes áreas para discutir temas estratégicos da Universidade
Por Michel Sitnik
O Conselho Consultivo da USP realizou, na manhã da última quinta-feira, 22 de maio, reunião no Gabinete do Reitor, localizado na Cidade Universitária, em São Paulo. Os encontros do grupo têm como objetivo discutir pautas estratégicas relacionadas à Universidade, promovendo o diálogo entre representantes da administração central e membros da sociedade civil. Na pauta desta sessão, o foco foi o desafio que a instituição tem para a seleção de talentos, tanto entre alunos como professores.
“A nossa intenção é ter um processo permanente de aprimoramento nesses processos e o incremento da qualidade na captação de pessoas. Precisamos garantir que os melhores tenham interesse em vir para a USP e sejam nossos estudantes e docentes. Universidades do mundo todo, em especial na Ásia e Europa vêm trabalhando fortemente com políticas de estímulo, inclusive para estrangeiros, que podem nos inspirar. Ao mesmo tempo, temos uma legislação bastante rígida no Brasil, e que precisa ser respeitada”, comentou o reitor, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
O pró-reitor de Graduação, Aluísio Segurado, fez uma apresentação a respeito das políticas da USP que buscam garantir maior atratividade e representatividade social. “Precisamos enfrentar uma série de questões, que estão relacionadas a fatores diversos, alguns de ordem mundial, como o mudanças no mundo do trabalho e questões geracionais. No nível local, estamos buscando ativamente os potenciais talentos por uma série de canais, que incluem iniciativas como o Provão Paulista e as vagas destinadas a destaques de olimpíadas do conhecimento. Na questão pedagógica, vemos hoje uma perda de espaço dos currículos conteudistas e o crescimento da interdisciplinaridade, de modo que estamos agindo nessa direção em nossos cursos e no próprio vestibular da Fuvest”, explicou.
Carlos Gilberto Carlotti Junior e Maria Arminda do Nascimento Arruda ressaltaram a importância de políticas eficazes na captação e retenção de pesquisadores qualificados – Foto: Michel Sitnik/USP Imagens
Em seguida, a presidente da Comissão de Atividades Acadêmicas (CAA) da USP, Patricia Gama, fez uma explanação tratando da contratação de docentes. Patricia destacou que, atualmente, a administração precisa cumprir regras muito rígidas para isso: “Em sua fundação, em 1934, a USP contou com a vinda de uma série de grandes talentos que vieram de vários países. Essas pessoas foram procuradas e convidadas para assumir uma função relacionada à implantação das atividades científicas da Universidade, o que permitiu a vinda dos melhores nomes. Hoje, os concursos não permitem uma busca assim”.
Presidido pelo reitor da USP, o Conselho Consultivo é um órgão colegiado de natureza consultiva que visa apoiar a gestão universitária por meio de recomendações e análises sobre temas relevantes para o futuro da instituição. Entre suas atribuições, estão as de apresentar subsídios para a fixação das diretrizes e da política geral da Universidade, opinar sobre assuntos que lhe forem submetidos pela gestão e pelo Conselho Universitário e sobre o desempenho da instituição.
Além do reitor, participam do Conselho a vice-reitora, Maria Arminda do Nascimento Arruda, e os pró-reitores de Graduação, Aluísio Segurado, e de Pesquisa e Inovação, Paulo Alberto Nussenzveig. O colegiado inclui ainda nomes externos, como a pesquisadora Thelma Krug, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC); o deputado estadual Leonardo Siqueira, representando a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp); e membros da comunidade com notório saber e experiência em diferentes setores da sociedade.
Entre os conselheiros da comunidade estão o secretário municipal de Mudanças Climáticas de São Paulo, José Renato Nalini; a socióloga e presidente do Conselho de Administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Maria Alice Setúbal; o economista e professor da Universidade de Columbia José Alexandre Scheinkman; o engenheiro e membro do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Pedro Wongtschowski; e a especialista em políticas públicas e ex-diretora global de Educação do Banco Mundial Cláudia Costin.