"As sete últimas palavras do nosso Salvador na Cruz" de Joseph Haydn
Edmundo Hora - fortepiano
Sidnei Alferes - tenor (participação especial)
8 de março de 2008, sábado, às 20h30min
Mosteiro de São Bento - Vinhedo
Rua do Observatório, 138 - Vinhedo - SP
convites: R$15,00 (à entrada do evento)
O templo beneditino de Vinhedo inicia neste sábado (8/3/2008) a sua já tradicional série "Música no Mosteiro". A apresentação contará com um Fortepiano, cópia de um original Vienense (Walter, 1796) do século XVIII.
No programa, a obra "As sete últimas palavras do nosso Salvador na Cruz", do compositor clássico Joseph Haydn. A obra foi composta inicialmente para orquestra por encomenda do Cabildo de Cadiz na Espanha em 1786, resultou em três diferentes versões: a) para quarteto de cordas, b) para Cravo ou Fortepiano, e mais tarde c) na forma de Oratório, com solistas vocais e coro a quatro vozes. Sabe-se que Haydn teve conhecimento e aprovou estas três últimas versões, mencionando ainda que as partes vocais do Oratório seriam "melhor realizadas por ele próprio".
Comentando sobre as intruções que recebera, Haydn assim anotou: "Era costume na catedral de Cadiz, apresentar-se, a cada ano, um Oratório durante a Quaresma, provavelmente com, um enorme impacto emocional, devido às seguintes circunstâncias: as paredes, as janelas e os pilares da igreja estavam totalmente cobertos de negro e um grande candelabro, suspenso ao centro da nave, era o único elemento a romper a escuridão solene. Ao meio dia, as portas eram abertas e o cerimonial começava. Após um prelúdio apropriado, o Bispo subia até o púlpito, pronunciava uma das Sete palavras, e em seguida um sermão. Quando acabava a pregação, descia do púlpito e prostrava-se diante do altar. A pausa era preenchida com música. Ao final, o Bispo voltava ao púlpito para novo pronunciamento e a orquestra intervinha após o sermão. Estas eram as condições nas quais a minha composição deveria se enquadrar. O trabalho de compor sete Adágios seguidos com duração em torno de dez minutos cada sem fatigar o ouvinte, não era tarefa fácil...".
A obra conheceu tamanho sucesso após sua primeira execução realizada na Semana Santa de 1787, na Igreja de Santa Cueva em Cadiz que edições apareceram, simultaneamente, em Viena, Londres e Paris, e graças a diferentes cópias manuscritas, multiplicaram-se os ouvintes por toda a Europa.
Os intérpretes
Edmundo Hora (fortepiano) é doutor em Música pela Unicamp, onde é professor de Cravo e Música Barroca, graduou-se como solista de cravo pela Escola Superior de Artes de Amsterdam e realizou sua pós-graduação no Sweelinck Conservatorium, também em Amsterdam, Holanda, especializando-se na interligação das técnicas específicas dos instrumentos antigos de teclado. Diretor musical da Orquestra Barroca "Armonico Tributo", desenvolve seu trabalho com base nos tratados e ensinamentos dos séculos XVII e XVIII, especialmente no que se refere à interligação entre "Música e Retórica" e a subjetividade - objetividade do "texto" na linguagem instrumental, valorizando a questão do "afeto" em música. "Estes nossos Brasis" (2006), seu mais recente CD registra repertório para Fortepiano solo; no Brasil dos séculos XVIII e XIX.
Sidnei Alferes (tenor) é natural de São Paulo, onde estudou com os professores Francisco Campos Neto e Jarbas Tauryno na antiga ULM. É Bacharel em Música com habilitação em Canto pela Universidade Federal de Uberlândia, onde estudou com os professores Flávio Carvalho, Poliana Alves e Vânia Lovaglio. Obteve também orientação vocal do soprano Eiko Senda entre 2004 e 2005. Neste mesmo ano, fez preparação de repertório com Edmar Ferretti. Participou, em 2001, do Institute of Voice Performance Pedagogy na Oberlin College - Ohio/USA - com Richar Miller. Atualmente, conclui o curso de Mestrado em Música da Unicamp sob orientação da Profa. Dra. Adriana Giarola Kayama. Neste mestrado, como bolsista da Fapesp, desenvolve projeto de pesquisa na área do canto.
Dentre suas mais recentes apresentações como solista, destacam-se a Missa Brevis em Fá Maior Kv.192 de W. A. Mozart com a Orquestra da Metrocamp sob regência do Maestro Hermes Coelho; o duo com o pianista Gabriel Rebolla; e a VI parte do Weihnachts-Oratorium BWV 248 (Oratório de Natal) de J. S. Bach, com Armonico Tributo - Coro e Orquestra Barroca, sob regência de Edmundo Hora.