Por Diego Freire / Agência FAPESP
A perspectiva dos computadores quânticos, com capacidade de processamento muito superior aos atuais, tem levado ao aprimoramento de uma das áreas mais versáteis da ciência, com aplicações nas mais diversas áreas do conhecimento: a teoria da informação. Para discutir essa e outras perspectivas, o Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizou, de 19 a 30 de janeiro, a SPCoding School.
O evento ocorreu no âmbito do programa Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), da FAPESP, que oferece recursos para a organização de cursos de curta duração em temas avançados de ciência e tecnologia no Estado de São Paulo.
A base da informação processada pelos computadores largamente utilizados é o bit, a menor unidade de dados que pode ser armazenada ou transmitida. Já os computadores quânticos trabalham com qubits, que seguem os parâmetros da mecânica quântica, ramo da Física que trata das dimensões próximas ou abaixo da escala atômica. Por conta disso, esses equipamentos podem realizar simultaneamente uma quantidade muito maior de cálculos.
Esse entendimento quântico da informação atribui toda uma complexidade à sua codificação. Mas, ao mesmo tempo em que análises complexas, que levariam décadas, séculos ou até milhares de anos para serem feitas em computadores comuns, poderiam ser executadas em minutos por computadores quânticos, também essa tecnologia ameaçaria o sigilo de informações que não foram devidamente protegidas contra esse tipo de novidade, disse Sueli Irene Rodrigues Costa, professora do IMECC, à Agência FAPESP.
A maior ameaça dos computadores quânticos à criptografia atual está na sua capacidade de quebrar os códigos usados na proteção de informações importantes, como as de cartão de crédito. Para evitar esse tipo de risco é preciso desenvolver também sistemas criptográficos visando segurança, considerando a capacidade da computação quântica.
A teoria da informação e a codificação precisam estar um passo à frente do uso comercial da computação quântica, disse Rodrigues Costa, que coordena o Projeto Temático Segurança e confiabilidade da informação: teoria e prática, apoiado pela FAPESP.
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