Agência USP de Notícias
Nos próximos quatro meses os supercomputadores do Núcleo de Dinâmica e Fluidos (NDF), do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica (Poli) da USP, vão calcular a vida útil dos risers que irão equipar a Plataforma P-55 da Petrobrás. Os risers, sistemas tubulares que ligam os poços no fundo do mar às plataformas, estão sujeitos a Vibração Induzida por Vórtices (VIV) devido as correntes marítimas e as ondas.
O objetivo do projeto é calcular a vida útil dos risers quando imersos nas condições ambientais reais do local da plataforma. "Serão estudadas as características e avaliada a vida útil", esclarece o professor Júlio Meneghini, líder da equipe de pesquisadores do NDF. "A Petrobrás define os perfis de corrente e a Poli irá simular em seu supercomputador se os modelos atendem às necessidades exigidas, checando a fadiga e vida útil devido a VIV".
A Poli, parceira técnica da Petrobrás há mais de duas décadas, já deu início ao estudo, a ser concluído em junho próximo. Segundo Meneghini, para obter resultados confiáveis, serão simuladas 170 condições de correntes marítimas. "A Bacia de Campos, onde será instalada a P55, apresenta um quadro de correntes marítimas que, ao que sabemos, é dos mais complexos do mundo", ressalta.
Estruturas
A busca por novas reservas de óleo tem levado ao desenvolvimento de campos localizados em águas profundas e ultra-profundas (profundidades entre 1.000 m e 3.000m). "Devido ao grande distanciamento entre as extremidades, os risers são estruturas esbeltas e estão sujeitos a VIV", explica Meneghini. "Cada metro de riser custa cerca de US$ 2 mil e com o uso de 40 a 50 risers e umbilicais chega-se a um custo total de US$ 100 milhões, aproximadamente um terço do valor total da plataforma".
O NDF é referência mundial em estudos sobre a VIV, fenômeno que ocorre ao longo do comprimento do riser e que influencia sobremaneira na vida útil dos equipamentos. "Esse fenômeno causa vibração e fadiga dos risers, podendo diminuir sua vida útil e até inviabilizar a instalação de plataformas em certos locais", diz o professor.
O núcleo emprega o conhecimento acumulado em projetos patrocinados pela Petrobrás, British Petroleum (BP), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Os recursos computacionais disponíveis no NDF, adquiridos com apoio da Fapesp e da Finep, são constituídos por um cluster SGI Altix com 16 CPUs Itanium2, um cluster Itautec com 64CPUs Pentium IV, um servidor Itautec Dual Xeon, estações de trabalho Compaq/Alpha Dual-EV6, Dell Dual-Xeon, SGI Indigo, PowerMac Dual-G5 e 38 microcomputadores PC Pentium IV.
(Com informações da Assessoria de Imprensa da Poli)
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