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Como transplantados reagem ao coronavírus?

Publicado em 19 setembro 2021

Estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP) e publicado na revista Transplantoogy mostra que pessoas que passaram por transplante de fígado e depois tiveram covid-19 se recuperaram mais rapidamente do que os transplantados de coração ou rim.

Os pesquisadores analisaram a evolução da covid-19 em 39 receptores de órgãos. Desse total, 25 receberam transplante de rim, sete de coração e sete de fígado. Os dados foram comparados com outros 25 pacientes com Covid-19 não transplantados (grupo controle), pareados por idade e sem comorbidades.

Ricardo Wesley Alberca, bolsista de pós-doutorado e autor do artigo da Fapesp  explica que transplantes de coração e rim exigem um uso maior de medicamentos imunossupressores que os transplantes de fígado, por exemplo."Com isso, além de constatar que nem todo paciente transplantado reage de maneira igual à Covid -19, nosso estudo aponta para a possibilidade de testar determinados imunossupressores no tratamento da covid-19, não necessariamente em paciente transplantado", diz o pesquisador.

O estudo faz parte de um inquérito epidemiológico maior, que analisou mais de 500 pacientes com covid-19 internados no Hospital das Clínicas no primeiro semestre de 2020. O trabalho é apoiado pela Fapesp e conta também com um auxílio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Os pesquisadores também vão avaliar a infecção pelo Sars-CoV-2 em indivíduos que estão sob tratamento com imunossupressores ou imunomoduladores, como é o caso de pacientes com psoríase, dermatite atópica ou que fazem uso de antirretrovirais (portadores de HIV).