A Península Ibérica, território que abrange Portugal e Espanha, foi um paraíso de biodiversidade há cerca de 20 milhões de anos. Animais semelhantes à megafauna africana, como rinocerontes, elefantes e felinos, habitavam essas regiões. Por volta de 15 milhões de anos atrás, a queda das temperaturas e o clima árido transformaram a paisagem, favorecendo os grandes herbívoros e reduzindo a disponibilidade de presas para os carnívoros.
Um estudo recente publicado na revista Ecology Letters reconstruiu e analisou uma extensa série temporal de redes tróficas na região da Península Ibérica, desde 20 milhões de anos atrás até os dias atuais. Essa análise foi possível devido ao banco de dados completo de mamíferos fósseis da região, um dos mais abrangentes e compreensíveis do mundo.
A simplificação das redes tróficas, conhecida como homogeneização, foi identificada ao longo de 15 milhões de anos na Península Ibérica. Esse fenômeno é comum em ecossistemas atuais, resultando na substituição de espécies especialistas por generalistas. Como consequência dessas mudanças, a longevidade dos predadores estava diretamente ligada ao risco de extinção, conforme apontado por modelos matemáticos.
Os pesquisadores destacaram a importância de conservar populações diversas de presas para manter os predadores, contribuindo para a manutenção de redes ecológicas robustas. Essas informações fornecem insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias de conservação e intervenção para evitar extinções futuras.
Portanto, estudos como esse são fundamentais para compreender as interações ecológicas no passado e fundamentais para a conservação da biodiversidade atual e futura. Para acessar o artigo completo, intitulado “The reorganization of predator-prey networks over 20 million years explains extinction patterns of mammalian carnivores”, clique aqui: https://agencia.FAPESP.br/gigantismo-de-herbivoros-foi-fator-chave-para-a-extincao-de-predadores-ha-15-milhoes-de-anos/52665.
Informações da Agência FAPESP