Observando as reações do sistema nervoso simpático, que é superativado em situações estressantes, eles descobriram que a tensão faz esses nervos estimularem a produção de noradrenalina (hormônio ligado ao estresse) nos folículos capilares, onde crescem os fios de cabelo. E que esse hormônio acaba com as reservas das células que produzem o pigmento que dá cor ao cabelo. Conforme essas células vão se esgotando, os fios ficam brancos.
“Também vimos que, quanto mais intenso o estresse, mais os pelos branqueiam”, afirma Thiago Mattar Cunha, do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), da Fapesp, sediado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Além disso, o grupo descobriu uma maneira de frear o embranquecimento dos pelos dos ratos. “Vimos que a noradrenalina gera aquelas alterações no folículo piloso por meio da uma enzina chamada CDK2. Talvez inibidores dela possam ser aplicados diretamente na cabeça para impedir o branqueamento do cabelo”, explica Cunha.
Por enquanto, os testes foram feitos apenas com camundongos. “Não posso garantir 100% que o mesmo vá ocorrer na gente. Mas os mecanismos que estudamos são muito parecidos entre esses bichos e os seres humanos, então existe uma grande chance de os resultados serem aplicáveis”, diz o pesquisador.