É comum associarmos a proteção das florestas ao plantio de árvores. Embora seja fundamental essa intervenção humana na restauração de áreas degradadas, os animais tem um papel fundamental para a manutenção da biodiversidade. E muitas vezes, animais muito pequenos desempenham funções muito grandes!
Um exemplo disso são as abelhas nativas. Elas contribuem para a polinização de várias espécies vegetais, o que permite que elas se proliferem e continuem servindo de abrigo e alimento para diversos animais.
As abelhas nativas possuem características diferentes das abelhas europeias (Apis melifera). Algumas espécies de abelhas nativas são menores e seus ninhos tem formatos variados e são instalados em diferentes locais, o que ajuda na identificação das espécies. Outra característica marcante é que elas possuem o ferrão atrofiado e, portanto, não picam. A maioria das espécies de abelha nativa produz mel, resultando em diferentes cores e sabores, de acordo com a florada e o bioma onde se encontram, mas nem todos podem ser consumidos.
Para que sejam melhor conhecidas pela população e contribuir para a conservação das abelhas nativas e na divulgação de sua importância ecológica, a Fundação Florestal instituiu o Programa Abelhas Nativas.
Em uma ação conjunta com o Programa Abelhas Nativas da Fundação Florestal e a Coordenadoria de Educação Ambiental (CEA), para comemorar a Dia do Meio Ambiente, estamos lançando aqui no Portal de Educação Ambiental a segunda coleção das Fichas de Identificação com algumas das principais características das espécies que ocorrem no estado de São Paulo, iniciando a Coleção Abelhas Paulistas.
As fichas foram elaboradas em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade de São Paulo – Espaço Ciência, Cultura e Educação (ECCE/EACH -USP) e o Projeto Biota da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), e podem ser acessadas aqui na Prateleira Ambiental.
A primeira coleção lançada em janeiro continha as 10 espécies de abelhas nativas que foram encontradas na APA do Carmo, Unidade de Conservação (UC) onde o Programa Abelhas Nativas teve início. A segunda coleção que está sendo lançada contém 10 espécies que foram encontradas em outras UC: Parque da Cantareira, Parque do Jaraguá, PETAR, Reserva Biológica de Mogi Guaçu e Estação Ecológica de Jataí.
Em breve, mais fichas com outras espécies ainda serão lançadas pelo Programa. Afinal, existem mais de 60 espécies de abelhas paulistas!
Como utilizar as Fichas de Identificação?
Exemplo de uma das Fichas de Identificação Abelhas Paulistas, com destaque para as informações sobre o ninho das abelhas Jataí.
As fichas são bem simples e podem ser baixadas para serem levadas na bolsa ou até na mochila de viagem! Uma sugestão é imprimir a frente e o verso em folhas separadas e depois juntá-las e plastificar, criando assim uma ficha resistente e duradoura. Fica o convite de olhar atentamente para buracos no solo, ocos de árvores e até mesmo buracos em muros e postes. Identificar os ninhos é o primeiro passo para conhecer a espécie.
Por isso as fichas também apresentam fotos dos ninhos e a descrição de suas características.
Além do formato, na abertura dos ninhos costumam ficar as chamadas “abelhas-guardas”, que tem a função de proteger a entrada do ninho de outras espécies de abelhas e de outros animais. As operárias também podem ser vistas chegando ou saindo dos ninhos em seu trajeto de buscar alimento ou materiais para construir estruturas dos ninhos. Assim, o próximo passo é checar na ficha as características físicas dessas abelhas para concluir o reconhecimento da espécie.
Exemplo de Ficha de Identificação Abelhas Paulistas.
Importante: Identificar as espécies é primordial para a conservação da biodiversidade, mas tocar nos ninhos ou tentar pegar as abelhas pode estressar e até matá-las. Observe, tire fotos, mas sempre proteja as abelhas paulistas!
O Programa Abelhas Nativas também está implantando meliponários, ou seja, coleções de caixas racionais com colmeias de abelhas sem ferrão, nas Unidades de Conservação e assim facilitar esse encontro com essas jardineiras da floresta.
Saiba onde estão os meliponários em implantação e aproveite para visitar as Unidades de Conservação e conhecer as abelhas nativas que vivem por lá!
Área de Proteção Ambiental (APA) do Carmo: Parque do Carmo, Parque Natural e Sesc Itaquera
Floresta Estadual Edmundo Navarro
Parque Estadual Jaraguá
Parque Estadual Vassununga
Parque Estadual Serra do Mar Núcleo Padre Dória
Parque Estadual Serra do Mar Núcleo Caraguá
Parque Estadual Cantareira: Núcleos Pedra Grande, Cabuçu e Engordador