Notícia

Gazeta Mercantil

Comitê Registro.br pretende virar uma ONG

Publicado em 16 março 2003

Por Rosana Hessel - de São Paulo
O Comitê Gestor da Internet no Brasil (registro.br), entidade responsável pelo fomento às atividades de implantação, administração e uso dos domínios de internet no País, pretende se transformar em uma Organização Não Governamental (ONG), com gestão independente do governo. O motivo é que o mandato dos cinco membros governamentais da entidade, que surgiu em 1998 como um braço da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), vence no próximo dia 23. Além disso, o comitê já anda com as próprias pernas - separou-se fisicamente da Fapesp há cerca de um ano - e hoje é responsável também pelos registros de toda a América Latina, gerenciados pela Lacnic. A opinião dos conselheiros do comitê é que os membros devem ser indicados pela sociedade e não somente pelo governo. "Existe a necessidade da entrada de novos membros do setor privado", diz o representante da comunidade empresarial, Cássio Vecchiatti. Segundo ele, a proposta vem sendo discutida nas bases empresariais e está sendo bem aceita. O comitê é responsável pela distribuição dos protocolos de internet (IP) para as operadoras de telefonia para o registro dos domínios. Registra diariamente 34 mil domínios novos. O acervo conta com 441 mil registros. A qualidade do trabalho do comitê já vem sendo reconhecida mundialmente, tanto que o software de gerenciamento dos registros, desenvolvido pela própria entidade, começa a ser doado para outros países. O primeiro país será o Quênia, de acordo com o coordenador de registro.br, Hartmut Glaser. O Brasil também prepara o projeto para testes com a nova versão IPV6, segundo Glaser. O único país que já usa essa versão é o Japão. O comitê se prepara para uma das quatro reuniões anuais da The Internet Corp. For Assigned Names and Numbers (Icann) - entidade que regulamenta o padrão global de uso da web -, a Icann Brasil, que começa domingo (23) e vai até quarta-feira (27), no Rio de Janeiro. É a primeira vez que o evento, que reunirá cerca de mil executivos do mundo todo, acontece no Brasil. "Será uma oportunidade para mostrar os avanços da tecnologia brasileira", diz Vecchiatti. O esquema de segurança vai contar até com helicópteros.