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Comitê internacional faz balanço positivo do Programa BIOTA-FAPESP

Publicado em 15 julho 2011

A 7ª Reunião de Avaliação do Programa BIOTA-FAPESP e Reunião de Avaliação do BIOprospecTA foi concluída nesta segunda-feira (11), na sede da FAPESP, em São Paulo. O relatório final foi apresentado por uma comissão avaliadora ao diretor científico da Fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz.

Durante o evento, realizado em conjunto com o 7º Simpósio do Programa BIOTA-FAPESP na Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, coordenadores de todos os projetos participantes do programa submeteram os resultados de seus trabalhos a uma equipe internacional de avaliadores.

Iniciado em 1999, com previsão de duração de dez anos, o programa BIOTA-FAPESP é avaliado periodicamente por um comitê internacional. Quando o período foi concluído, a coordenação propôs um novo período de uma década, que foi concedido pela Fundação.

Durante a abertura do evento, no dia 3 de julho , o coordenador do programa, Carlos Alfredo Joly, destacou que a sétima edição da reunião teria um caráter especial, já que seria a primeira avaliação desde que a FAPESP concedeu o novo apoio.

De acordo com Roberto Berlinck, coordenador do evento e membro da coordenação do Programa BIOTA-FAPESP, o resultado da avaliação foi excelente e ela teve de fato uma importância especial por ser a primeira após o BIOTA+10.

Com suas diretrizes atualizadas, o programa mostrou que conseguiu se consolidar tanto em termos operacionais como programáticos isto é, em relação aos seus objetivos. O programa procura ser cada vez mais completo, abordando ao mesmo tempo questões cada vez mais profundas, a fim de agregar cada vez mais conhecimento e promover a ciência da biodiversidade de modo geral, disse Berlinck à Agência FAPESP.

Os dois primeiros dias do evento foram dedicados ao simpósio, que teve a participação de conferencistas brasileiros e internacionais e a apresentação oral de 22 trabalhos científicos submetidos por estudantes e exibição de painéis sobre cada um dos projetos que participam do BIOTA-FAPESP.

Essas atividades reuniram todos os coordenadores, alunos agregados e o grupo de avaliadores. O objetivo foi cumprido: foram levantadas muitas questões e houve intensa troca de informação e interação entre os grupos, afirmou Berlinck.

A partir do terceiro dia, os avaliadores passaram a interagir diretamente com os coordenadores de projetos, que já haviam se reunido em grupos, nos dois dias anteriores, para discutir demandas, expectativas e sugestões dentro de cada grupo, divididos em dez temas. Cada um dos grupos fez uma breve apresentação ao grupo de avaliadores, com questões que foram discutidas minuciosamente.

A partir do quarto e quinto dia, os avaliadores trabalharam entre si, discutindo todo o processo de avaliação, como está indo o programa, quais as perspectivas, sugestões e pontos negativos e positivos, disse.

Segundo ele, a própria participação da comunidade científica na avaliação e a preocupação de estudantes e cientistas envolvidos em se unir, participar e contribuir para a excelência do programa foi considerada como um ponto positivo pelo comitê internacional.

Além disso, um dos principais pontos positivos levantado pelos avaliadores é que a coordenação do BIOTA-FAPESP acata e leva adiante sugestões que foram apresentadas pelo comitê nas avaliações precedentes. Esse foi um ponto considerado muito positivo, do ponto de vista operacional, disse.

O comitê teve a participação de Arthur Chapman, do Serviço Australiano de Informação sobre Biodiversidade (Austrália), Danial Faith, pesquisador do Museu Australiano em Sydney (Austrália), Robert Verpoorte, professor da Universidade de Leiden (Holanda), e Ronald ODor, da Universidade de Dalhousie (Canadá).

Organização de dados

Outro ponto bastante positivo, de acordo com a avaliação correspondeu às diferentes chamadas de propostas de pesquisa elaboradas pelo BIOTA-FAPESP, que permitiram a agregação de novos grupos e linhas de pesquisa.

Esse ponto foi valorizado especialmente porque essas chamadas buscaram atingir partes do programa que ainda não haviam sido abordadas. Um dos aspectos ressaltados pelos avaliadores é que o programa avança com qualidade, na direção certa, expandindo seus objetivos, agregando mais pesquisadores, gerando mais conhecimento, disse Berlinck.

O comitê observou que será preciso otimizar alguns aspectos do programa, em especial no que se refere às bases de dados. A organização das bases de dados é crucial para o programa. Trata-se de uma atividade extremamente complexa, que está recebendo um esforço importante, mas ainda temos um longo caminho pela frente, apontou.

Nesse sentido, a base de dados SinBiota está sendo transferida do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria) para o Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Cenapad) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Essa reestruturação está sendo realizada e a expectativa é que o SinBiota esteja plenamente operacional antes da próxima avaliação, contou Berlinck.

Segundo ele, espera-se que a base de dados do BIOprospecTA também já esteja interagindo com a base de dados do BIOTA-FAPESP até a próxima avaliação. É fundamental que as duas bases de dados dialoguem de forma funcional, destacou.

Na avaliação anterior, em 2008, foram feitas recomendações para um aumento da cobertura do BIOTA-FAPESP em algumas áreas de pesquisa, como a biodiversidade marinha. A evolução nesse aspecto foi bem vista pelos avaliadores.

Os avaliadores ficaram satisfeitos em ver que há um interesse da comunidade científica paulista em explorar a biodiversidade marinha algo que nos primeiros dez anos do programa não havia sido abordado com muita intensidade. A tendência é que haja uma ênfase nesse campo, sem prejuízo do foco nas outras áreas, disse Berlinck.

Em relação à internacionalização, outra diretriz central do BIOTA+10, a avaliação também foi positiva. É importante enfatizar que deverá ser feito um esforço para agregar pesquisadores de outros países nos projetos que são contemplados pelo programa. Isso é muito bem visto tanto pela comissão de avaliação, como pela coordenação e pela FAPESP, disse Berlinck.

Fonte: Agência FAPESP