Nísia explica que alguns concelhos estão em situação epidémica, mas ‘isto não caracteriza emergência nacional'
O Brasil registrou 262 mil casos prováveis da doença (Foto: Reprodução/Record)
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou neste sábado (3) que a situação da dengue no país “não caracteriza epidemia em nível nacional”. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio
Ela especifica que algumas cidades, como Rio de Janeiro e Brasília, estão em situação epidêmica, mas que “isso não caracteriza emergência nacional”. Desde o início do ano foram registrados 262.247 casos prováveis da doença.
A fala do ministro aconteceu durante o lançamento das atividades do Centro de Operações de Emergência contra a Dengue (COE Dengue), criado para coordenar medidas contra a doença junto a estados e municípios. Nísia afirma que a criação do COE é uma medida que existe “sempre que estamos numa situação de emergência ou quando queremos evitar a situação”.
Segundo o líder do departamento, as decisões tomadas pelo centro trazem mais celeridade ao combate à doença. “Estamos trabalhando conforme necessário para fortalecer a capacidade de leitos e a capacidade de hidratação”, explica ela.
Nísia afirma que foram mobilizados recursos para aquisição de inseticidas e que mais testes diagnósticos serão produzidos com apoio da Fundação Fiocruz. O planejamento dessa produção será discutido na segunda-feira (5). Ela afirma que a medida é uma “antecipação” para que não faltem insumos.
Vacinas
O ministro diz que a vacina contra dengue adquirida pelo Brasil “não é solução para este momento”, pois são necessárias duas doses com intervalo de três meses e a quantidade adquirida não é suficiente.
Após reunião com o Instituto Butantan e a Fiocruz na manhã deste sábado, Nísia afirma que o ministério avalia a possibilidade de aumentar a quantidade de vacinas. “Significa o início de um processo, o nosso esforço será ampliar esta oferta, mas isso não terá impacto imediato”, reforça.
O Instituto Butantan está na fase final de testes de uma vacina contra a dengue e pretende buscar a aprovação da Anvisa no segundo semestre deste ano para iniciar a produção. Os estudos do Butantan-DV deverão ser concluídos em 2024, quando o último participante completar 5 anos de acompanhamento. A vacina demonstra eficácia de 79,6% na prevenção da doença, segundo estudos preliminares realizados.
A Fiocruz negocia a produção de uma vacina brasileira contra a dengue com a farmacêutica japonesa Takeda, produtora da vacina Qdenga. O instituto afirma que teve “conversas iniciais” com o laboratório japonês sobre uma “possível transferência de tecnologia”, mas que nenhuma decisão foi formalizada até o momento.
Em nota, a Takeda informa que a empresa “está empenhada em buscar parcerias com laboratórios públicos nacionais para acelerar a capacidade de produção de vacinas” e que possui um plano estratégico para atingir a meta de 100 milhões de doses por ano até 2030.
Originalmente publicado em https://portalcorreio.com.br/com-mais-de-260-mil-casos-ministra-da-saude-afirma-que-dengue-nao-e-epidemia-nacional/