Com a escolha do senador Eduardo Suplicy para a Secretaria de Direitos Humanos, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deu mais um passo para consolidar a sua equipe de olho na disputa da reeleição no ano que vem . Além de ser um nome de projeção nacional, Suplicy é considerado um dos políticos mais populares do PT no Estado, além de ser reconhecido por sua atuação e afinidade com o tema desde os anos 80. Será a primeira vez que ele ocupa um cargo no Executivo. Antes, foi deputado estadual, federal, vereador e senador por três mandatos. O anúncio também é visto como uma reação aos ataques feitos pela senadora Marta Suplicy, ex-mulher do novo secretário, que ameaça sair do PT para disputar a sucessão de Haddad. Ele já havia anunciado apoio à reeleição do prefeito.
A escolha também resolve mais um problema para o PT paulistano. Suplicy foi derrotado pelo tucano José Serra no ano passado, quando buscava a reeleição, mas teve um desempenho melhor do que os demais petistas. Ele é visto como um puxador de votos para 2016, quando deve disputar uma vaga para a Câmara Municipal. A participação no governo deve manter o nome do senador em alta até o momento em que ele tiver de se desincompatibilizar para entrar na disputa. Nas conversas entre Suplicy e Haddad, o prefeito revelou o desejo de manter o atual secretário, Rogério Sottili, na gestão. Nos últimos meses, a Prefeitura tomou medidas pioneiras em direitos humanos, como a inclusão de estrangeiros nos programas sociais e a concessão de benefícios nas áreas de educação e habitação para a população LGBT em situação de vulnerabilidade social.
Poupa tempo
Eduardo Suplicy deve assumir a secretaria logo após deixar o Senado, onde cumpriu mandatos nos últimos 24 anos. O novo secretário sugeriu ao prefeito Fernando Haddad que dê posse a ele no dia 3 de fevereiro, junto com o vereador Nabil Bonduki, que assume a Secretaria de Cultura.
Mudanças no Ministério da Saúde
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, foi mantido no cargo no segundo governo de Dilma Rousseff e agora pretende fazer várias mudanças na Pasta. A Secretaria de Vigilância do ministério será ocupada por um nome do PP, por conta de negociações políticas. O escolhido ainda não foi anunciado. Jarbas Barbosa, que ocupava o cargo, foi para a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos. Fausto Pereira, secretário de Assistência à Saúde por dez anos no ministério, tornou-se secretário de Saúde de Fernando Pimentel (PT), em Minas Gerais. Para o seu lugar, foi indicada Lumena Furtado. Ela era assessora do gabinete do ministro.
Aldo leva professor da USP a o CNPq
Professor da USP, o bioquímico Hernan Chaimovich é o novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele atendeu a um convite do ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo. Pesquisador com pós-doutorado em Harvard, Chaimovich coordenava o programa de Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e foi pró-reitor de Pesquisa da universidade paulista.
Ainda mais crítico ao partido que criou
Fundador do PSDB, o professor emérito da FGV-SP Luiz Carlos Bresser-Pereira se tornou um incômodo para o partido que ajudou a criar. Depois de anunciar seu voto em Dilma Rousseff (PT) na eleição do ano passado, o economista tem feito novas críticas ao tucanato. O último alvo foi a privatização da Eletropaulo a uma empresa estrangeira, feita pelo governo paulista em 1998, tida por ele como causa da atual crise de abastecimento de energia elétrica no Estado.
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Com Leonardo Fuhrmann