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Agro Analysis (FGV)

Colheita menor na safra de 2005/2006 (1 notícias)

Publicado em 01 de janeiro de 2005

A produção brasileira de café da safra 2005/2006, cuja colheita começará em abril próximo, deverá ficar entre 30,7 e 33,0 milhões de sacas (de 60 quilos), segundo indica a primeira estimava realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).A safra 2004/2005 fechou em 38,6 milhões de sacas.
A queda se deve ao ciclo de bi anualidade que, a cada ano, traz alternância na produção,a redução da área plantada,a erradicação de lavouras em alguns Estados e a prática de podas e recepas. No fechamento da safra 2004/2005, o café do tipo arábica,que sinaliza preços, apresentou uma diminuição de 24,6% sobre a última safra caindo de 31,1 milhões para 23 5 milhões de sacas. Em contrapartida, o tipo robusta teve um aumento de 26,4%, evoluindo de 7,6 milhões para 9,6 milhões de sacas.
Já as exportações do exercício de 2004 alcançaram 26 milhões de sacas do produto,o segundo maior volume da década, com uma re de US$ 2 bilhões o que significa um aumento de US$ 500 milhões em relação ao ano anterior Houve uma recuperação de 5L4% do preço médio de exportação no mercado internacional, que passou de US$ 46,23 para US$ 73,27 por saca.
O cenário de déficit entre a oferta e a demanda mundiais dara apoio a manutenção dos preços atuais. Pela primeira vez, desde julho de 2000 o mercado fechou acima de 100 centavos de dólar O ágio de preços entre o arábica e o robusta na media histórica de 60%, passou para quase 0%.
Nos leilões de café, foram vendidas 807,1 mil sacas do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) e 553,6 mil sacas das opções, alcançando uma receita de R$ 252 milhões. Os estoques governamentais chega ram a 400 mil sacas das opções e a 4,366 milhões do Funcafé.
As dívidas de custeio dos cafeicultores, relativas às safras 2002/2003 2003/2004, que venceriam em 30 de novembro, foram prorrogadas pelo Conselho Monetário Nacional para 31 de janeiro próximo. Para o custeio da safra 2005,0 governo liberou R$ 350 milhões para as operações de custeio do Banco do Brasil e outros agentes financeiros.O CMN também aprovou a ampliação do período de contratação de financiamentos para o custeio da safra de café de 2004/2005. Com essa medida,os cafeicultores poderão contrair empréstimos até o dia 28 de fevereiro de 2005. O prazo anterior permitia a contratação até 30 de novembro deste ano.

O maior banco genético do mundo
O centenário AC tem o maior banco de germoplasma de café do mundo, sendo considerado como referência Internacional em pesquisas, com a identificação da seqüência de mais de 200 mil genes do café e o trabalho minucioso da descoberta das suas funções Navanguar da dos programas de melhoramento genético da rubiacea existem três grandes frentes de pesquisas:
1. "Arabusta" uma variedade produtiva e resistente à ferrugem. O grão é híbrido com as características das variedades do arábica e do robusta.As indústrias de café solúvel serão beneficiadas, pois isso melhorará a qualidade da bebida, já que o tipo robusta é o mais utilizado no blend. Porém,o grão deve demorar mais de dez anos para ser economicamente viável. Pesquisadores da Costa do Mar fim tentaram avançar nesse tipo de pesquisa, durante a década de 60, mas os estudos não deram resultados, por conta da incompatibilidade de clima e solo naquele pais. No Brasil, os ensaios são realizados em regiões quentes, como as principais regiões produtoras de café robusta, no Espírito Santo e Rondônia.
2. Em árvores "anãs" ou nanicas, de alta produtividade com no Maximo 15 metro de altura para reduzir os custos de produção da colheita Alem de o menor porte tornar a planta menos suscetível aos efeitos do clima sobretudo a geada facilita o acesso de colheitadeiras conforme a topografia Em regiões com colheita manual os trabalhos ganham agilidade A despesa da colheita por saca varia em torno de US$ 30 a US$ 40 cerca de 40% a 50% do total dos custos de produção O porte médio das atuais variedades brasileiras de café de boa qualidade, como a 'mundo novo' e 'acaiá', é de 4 metros de altura. Ambas estão presentes em mais de 80% das lavouras brasileiras plantadas com grão de arábica, de um total estimado de 4,5 bilhões de pés. As árvores do tipo catuaí atingem 2 metros de altura. As do tipo bourbon — muito usado para os cafés especiais e presente em 5% das lavouras do País — chegam a 3 metros de altura.
As variedades pesquisadas para o desenvolvimento das árvores "anãs" são a São Bernardo, originária de El Salvador,e a San Ramon,da Costa Rica. O plantio comercial poderá ter resultado a partir de 2010.
3. Em grão arábica naturalmente descafeinado descoberto no banco de germoplasma do IAC como fruto de
pesquisas feitas em parceria com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a Embrapa Recursos Genéticos com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP).Os pesquisadores analisam se esses grãos têm características de alta produtividade Os trabalhos de pesquisa desenvolveram cinco novas variedades de café resistentes a ferrugem e um porta-enxerto para com bater nematóides.