O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) abre suas portas para o público para a 7ª edição do evento Ciência Aberta , evento gratuito que ocorrerá nos dias 30 e 31 de maio deste ano.
Os visitantes terão a oportunidade de conhecer o Sirius, o acelerador de partículas brasileiro, além de outras pesquisas de ponta realizadas pela unidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), localizada em Campinas (SP). O evento, gratuito, é uma oportunidade única para o público conhecer um dos maiores parques tecnológicos da América Latina.
No primeiro dia de atividades, o campus receberá exclusivamente excursões de alunos de todo o Brasil, a partir das 9 horas. Grupos de estudantes interessados em participar do Ciência Aberta no dia 30 de maio devem preencher o formulário de manifestação de interesse no website do evento até este domingo (9), clicando aqui . Essa etapa é pré-requisito para o cadastro definitivo, que será disponibilizado por e-mail a partir do dia 14 de março apenas para aqueles que manifestaram interesse.
Já no dia 31 de maio será a vez do público geral aproveitar atividades que descomplicam a ciência e a aproximam do cotidiano. As visitas são uma oportunidade de explorar o Sirius e as frentes de pesquisa do CNPEM, com grupos limitados a 40 pessoas.
A sétima edição do evento contará ainda com áreas de descanso, pontos de hidratação e sanitários distribuídos pelo campus, além de banheiros equipados com fraldários em pontos estratégicos. O deslocamento pelo campus é feito a pé, mas uma van fará um trajeto em pontos-chave e atenderá exclusivamente idosos, gestantes, famílias com crianças de colo e pessoas com deficiência.
O Ciência Aberta é uma forma de o CNPEM compartilhar com o público a importância da ciência, tecnologia e inovação, promovendo o entendimento de como experimentos científicos avançam o conhecimento em áreas como saúde, energia, produção de alimentos, meio ambiente e desenvolvimento de novos materiais. Desde sua primeira edição, em 2016, o Ciência Aberta já recebeu milhares de visitantes.
O CNPEM
O CNPEM opera quatro Laboratórios Nacionais e é responsável pelo projeto Sirius, um dos mais avançados do mundo em fontes de luz síncrotron. Além disso, a unidade vinculada ao MCTI desenvolve pesquisas e projetos em áreas como saúde, energia, materiais renováveis e tecnologias quânticas. Em 2022, o Centro expandiu suas atividades, com o apoio do Ministério da Educação (MEC), com a abertura da Ilum Escola de Ciência. O curso superior interdisciplinar em Ciência, Tecnologia e Inovação adota propostas inovadoras com o objetivo de oferecer formação de excelência, gratuita, em período integral e com imersão no ambiente de pesquisa do CNPEM.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Uma descoberta promissora foi anunciada por cientistas do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Trata-se de uma nova enzima capaz de acessar a celulose de resíduos agrícolas como cana-de-açúcar, palha de milho e outras fontes de biomassa, impulsionando a produção de etanol de segunda geração.
Batizada de CelOCE, a enzima se destaca pela sua eficiência em quebrar a celulose, componente presente em grande quantidade nos resíduos agrícolas. Anteriormente, o processo de produção de etanol de segunda geração não tinha uma alta eficiência de aproveitamento da celulose, resultando em desperdício de matéria-prima. Com a CelOCE, é possível acessar a celulose de forma mais assertiva, utilizando menos matéria-prima para produzir a mesma quantidade de etanol.
“Não se trata apenas de uma descoberta científica, mas de uma quebra de paradigma que muda nosso entendimento sobre como a vida microbiana processa e metaboliza a celulose”, ressalta o líder da pesquisa, Mário Murakami. “Esta descoberta é um grande exemplo de como a biodiversidade pode revolucionar e acelerar a transição para uma bioeconomia, para uma economia circular de base biológica renovável”, complementou.
Benefícios da nova enzima
Os benefícios da CelOCE são diversos, como maior eficiência na produção de etanol, redução do desperdício de matéria-prima, menor necessidade de novas áreas de plantio e contribuição para a sustentabilidade, já que o etanol de segunda geração é considerado um combustível mais limpo.
“Se compararmos com a última grande descoberta na área, há mais de 20 anos, que proporcionou um ganho de liberação de açúcar em torno de 10%, esta descoberta aumenta em mais de 20% essa liberação. Ela representa o dobro do incremento em relação à última grande revolução na área”, compara o cientista Mário Murakami.
“Conseguimos reunir descoberta, impacto, mudança de paradigma e o que isso pode representar em termos de eficiência e viabilização de biorrefinarias no Brasil para a produção de biocombustíveis, bioenergia e outros biomateriais. Esses açúcares podem ser bioconvertidos em etanol, gasolina verde, diesel verde, biocombustível de aviação e bioquerosene”, afirma Mário.
Etanol de primeira e segunda geração
O etanol de primeira geração é produzido a partir da sacarose, o açúcar presente no caldo da cana-de-açúcar. Já o etanol de segunda geração, também conhecido como etanol celulósico, é produzido a partir da celulose, presente no bagaço e na palha da cana, por exemplo.
A descoberta da CelOCE representa um avanço significativo para a produção de etanol de segunda geração, tornando o processo mais eficiente e sustentável, e colocando o Brasil na vanguarda da produção de biocombustíveis.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação