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Cinco características de um gerente de inovação

Publicado em 03 dezembro 2009

Muitas empresas postam na inovação como um caminho para deixar os concorrentes para trás. Poucas, no entanto, conseguem estabelecer entre suas equipes uma cultura favorável ao surgimento de novas ideias e projetos. É comum, por exemplo, ver companhias que mantêm a inovação encarcerada no departamento de pesquisa e desenvolvimento (PD), como se a missão de encontrar novas frentes de negócios tivesse de ser cumprida em um ambiente à parte. Resultado: por mais que tente, a empresa não consegue se destacar pela inovação.

"A inovação começa no momento em que as empresas criam um ambiente capaz de estimular a criação de ideias. O departamento de P&D tem um papel importante nesse processo, mas é apenas uma das vertentes necessárias", defende Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Além de investir em pesquisa, a empresa que pretende fomentar uma cultura de inovação deve apostar em outras frentes - tais como o design, o bom relacionamento com o mercado e a contratação de pessoas com o perfil adequado para lidar com o risco. A inovação pode nascer em qualquer departamento, até mesmo no de reclamações, garante Brito, que também é professor do Instituto de Física da Unicamp.

Um dos pilares que sustentam a cultura de inovação é o RH. Cada vez mais, o sucesso da inovação depende da capacidade das empresas de alocar as competências certas em cada etapa no desenvolvimento de novos projetos. Além disso, é preciso contar com pessoas que saibam liderar projetos inovadores. Confira, abaixo, quais são as características desse tipo de líder:

- Bagagem de conhecimentos amplos: os líderes dos processos de inovação são especialistas em uma determinada disciplina, mas conhecem suficientemente bem as demais áreas de uma empresa, como a contabilidade e o marketing - e sabem mobilizá-los em torno de novos projetos.

- Tolerância ao erro: qualquer inovação exige a capacidade de lidar com o risco e tolerar o erro. Na maioria das empresas, a tolerância ao erro acontece somente nos discursos - na prática, as falhas são punidas com perdas de bonificação, isolamento e outras reações. O líder da inovação tem de monitorar o ambiente e evitar essas armadilhas.

- Capacidade de estabelecer critérios claros para a equipe: lidar com projetos cujos resultados são desconhecidos ou imprevisíveis é um desafio árduo. Cabe ao líder estabelecer critérios e métricas claras para que todos saibam se estão cumprindo as expectativas da empresa ou não - mesmo no caso de tudo dar errado. Essas métricas, é claro, devem privilegiar o surgimento de novas ideias e todas as posturas que aproximem a organização da inovação.

- Facilidade para se manter antenado ao que ocorre no mercado: muitas inovações nascem de necessidades manifestadas por clientes, acionistas ou até fornecedores. A capacidade de ler o mercado e encontrar oportunidades de negócios é uma característica-chave para quem comanda projetos de inovação.

- Familiaridade com a empresa: o verdadeiro gerente de inovações tem de conhecer todos os lados da empresa: suas limitações, ambições, culturas, história, etc. Precisa, ainda, ter uma boa noção de negócios, de tal forma que saiba dosar o tempo e o dinheiro necessários para colocar novos projetos em prática.