O Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) acaba de receber 11 novas empresas. Ao longo dos próximos anos, receberão orientação e consultoria para desenvolver e aprimorar produtos e serviços tecnológicos e a se posicionar no mercado de modo competitivo, garantindo a sobrevivência e o sucesso do negócio.
Para ajudá-las a alcançar estes objetivos, o Cietec dispõem de acesso às facilidades técnicas e operacionais oferecidas por alguns dos maiores laboratórios de pesquisas do Brasil situados na Cidade Universitária de São Paulo (Universidade de São Paulo - USP, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - Ipen, e Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT). São mais de 400 laboratórios em todas as áreas do conhecimento humano, com o apoio de técnicos e pesquisadores de todas as entidades envolvidas.
De acordo com o gerente executivo do Cietec, Sergio Risola, outro fator importante é a troca de informações entre os empresários da incubadora, que muitas vezes resulta em parcerias no desenvolvimento do produto ou na prestação de serviços.
Além disso, são realizados com freqüência cursos, palestras, fóruns e debates com temas de interesse dos incubados. Também há, em termos de infra-estrutura, sala de reuniões e apoio, laboratório de informática, banco de dados, sistema de segurança e servidor para hospedagem de sites.
''Os empresários contam também com assessoria na elaboração dos planos de negócios, captação de recursos financeiros, marketing e comercialização (estratégia, venda, comunicação), assessoria de imprensa, apoio jurídico empresarial e de propriedade intelectual, design e capacitação da gestão empresarial'', enumera Risola.
As novas empresas incubadas do Cietec atuam em diferentes áreas como a produção de insumos laboratoriais, nanotecnologia, cosmética, material para construção civil, software, entre outras. Todas passaram por um rigoroso processo seletivo, com quatro meses de duração.
Conheça as empresas:
- A BHS Comércio de Produtos para Saúde Ltda. do administrador de empresas José F. Agostini Roxo desenvolve aparelhos médicos descartáveis tais como protetores antimicrobianos de estetoscópio, grampos nasais e bocais para espirometria. A empresa que também importa equipamentos de uso médico, possui a patente de todos os seus produtos. Dentre seus principais clientes estão os laboratórios Novartis, Schering-Plough, Merck Sharp & Dohme.
- A Inpack, do advogado especialista em administração Dário Letang Silva e da administradora Patrícia Ielo Beretta Silva, trabalha no desenvolvimento de uma bisnaga inovadora no País, o uso de bisnagas em apenas uma peça (em geral elas possuem duas ou até três peças). Patenteado, o produto é comercializado principalmente para a indústria de cosméticos, como a Avon e a Natura.
- Outra organização que irá atuar dentro do Cietec nos próximos anos é a VisionalTech. De acordo com farmacêutico Joaquim Martins, um dos cinco sócios, a VisionalTech desenvolve ensaios de estabilidade, voltados para a determinação de prazos de validade, de produtos. Além disso, busca desenvolver um software capaz de monitorar todos os equipamentos quanto às condições de temperatura e umidade durante todo o tempo estabelecido para a permanência de amostras em incubação, controlar todo o processo de retirada e encaminhamento de amostras para analise e ainda processar os resultados obtidos, minimizando os erros humanos.
- Biologia molecular: o biólogo Arthur Toscano, sócio de mais uma das incubadas junto com Alexandre Altoé, Elton Izuno e Renato Kimura, busca desenvolver algo não existente no Brasil: insumos em biologia molecular para análise de Ácido Desoxirribonucléico (DNA). A empresa, ainda sem nome definido, busca com seus produtos atender às necessidades de laboratórios e instituições de ensino brasileiras que atualmente dependem dos produtos importados.
- Na área de medicina também foi incubada a STQ. Com os químicos Mariângela Burgos e Carlos Alberto Alves de Carvalho como sócios, desenvolve produtos para as indústrias farmacêuticas veterinária e animal e para a cosmética. O produto, de liberação sustentada de um anti-hipertensivo, que apresenta como vantagem a possibilidade de produzir-se uma formulação com dose única de freqüência de administração do medicamento, levando à redução dos custos nos tratamentos por uma melhor aceitação dos pacientes. As plataformas tecnológicas da STQ estão baseadas no encapsulamento molecular em ciclodextrinas e no micro e nanoencapsulamento em polímeros biodegradáveis. Tecnologia não existente no Brasil, já obteve apoio da Fundação de amparo à pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Conselho nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e atualmente pleiteia com a Fapesp novamente e com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), novos fomentos.
- Também na linha médica há um produto que será estudado e desenvolvido com as funções de cosmético hidratante, hipoalergênico e fitoterápico antiinflamatório. Voltado para pessoas com pele sensível ou com dermatite atópica, não possui similar no Brasil.
- A Props, dos empresários Norberto Costa Pinto e Rosa Maria Moreira busca nos elementos naturais a solução de problemas. Após trabalhar com própolis e guaco, entre outros, vem estudando o gengibre para uso cosmético. O objetivo é um antiirritante para ser usado após o barbear e depilação
- Buscar aliar alta tecnologia com baixos custos na área de microbiologia é o objetivo da DME, que atua na área de diagnósticos microbiológicos especializados. De acordo com o biomédico Antônio Carlos Defendi, um dos três sócios, a empresa produz os insumos necessários para o bom funcionamento de um laboratório microbiológico. Material de coleta e transporte de material biológico, meios de cultura prontos para uso, discos de antibiograma, Polisensidisc , automação em leitura de antibiograma são produtos desenvolvidos e comercializados para laboratórios clínicos e industriais de pequeno e grande porte.
- A Zôôia é outra das novas incubadas. Sua área de atuação será a democratização de uma tecnologia já existente: o RFId (Radio Frequency Identification). Um sistema de baixo custo, voltado aos pequenos e médios varejistas, irá informar ao usuário as quantidades de cada produto existente na loja e apontar a sua localização.
- A redução dos custos na construção civil é um dos objetivos da Lontra, do arquiteto Enéias José Moura e do engenheiro José Paulo Miadaira. Com um desenho inovador no mundo, utilizando tecnologia de ponta para polímeros reciclados, o produto pretende combater o desperdício de madeira, gerando um barateamento da construção civil. A Lontra é voltada para grandes construtoras e lojistas de materiais de construção.
- Na área da biotecnologia, a Rhizobia busca melhorar o mercado da soja, uma das maiores fontes de renda do País. De acordo com o biólogo Felipe Pommorsky, a incubada, a princípio desenvolverá dois ''fertilizantes orgânicos''. O primeiro deles pretende atuar na osmoproteção de sementes, garantindo a viabilidade da fixação das bactérias, e a posterior nodulação. O segundo é um pulverizador foliar que sustenta a formação de nódulos nas raízes, impedindo a morte das bactérias responsáveis pela fixação do nitrogênio. O primeiro deles é uma tecnologia nova mundialmente e o segundo uma melhoria de uma já existente, tornando-a mais eficiente.
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