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Jornal do Brasil

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No dia 14 de março o Dr. Eduardo Viveiros de Castro publicou artigo no JB, contundente pela seriedade de suas críticas a declarações da Profª Maria da Conceição Beltrão sobre Arqueologia e Etnologia, veiculadas em entrevista ao Caderno B de 12 de março. O artigo resposta da Profª Beltrão e do Prof. Francisco Antônio Doria, publicado no JB de ontem, limita-se, basicamente a enumerar honrarias recebidas pelos missivistas e a insultar o Dr. Viveiros de Castro. Como colegas deste, um dos mais respeitados etnólogos contemporâneos, solidarizamo-nos com suas declarações que, na realidade expressam a opinião da maioria esmagadora da comunidade científica da área. Gilberto Velho, mais oito assinaturas, Museu Nacional/UFRJ - Rio de Janeiro. É instigante ler nas paginas do JORNAL DO BRASIL um debate científico envolvendo pesquisadores brasileiros. Como leitores interessados em ciência, raramente temos tal oportunidade, já que as seções científicas de nossos periódicos são geralmente dominadas por relatos de pesquisas realizadas no exterior e veiculadas por agências de notícias, que raramente geram debates mais acalorados a nível nacional. No caso estamos nos referindo aos resultados das investigações arqueológicas e históricas da Profª Maria Beltrão (UFRJ) e sua equipe na Bahia, e aos questionamentos acerca de suas interpretações por Eduardo Viveiros de Castro (URFJ) e Eduardo Neves (USP). (...) Resta-nos felicitar o JORNAL DO BRASIL por dar divulgação a esta importante troca de opiniões. Polêmicas e debates têm sido o moto das ciências em diversos campos e sua divulgação na mídia é fundamental para que o público seja informado que mesmo em ciência não há consenso. De parte dos pesquisadores envolvidos, esperamos aproveitar da melhor maneira a oportunidade, que deve se ater a argumentos técnicos, evitando confrontos pessoais, que pouco acrescentam ao debate. Ricardo Ventura Santos (Museu Nacional-UFRJ), Sheila Mendonça de Souza e Adauto Araújo (Fundação Oswaldo Cruz) - Rio de Janeiro. Com relação ao artigo "Vivandeiro das ciências", da autoria de Maria Beltrão e Francisco Antônio Dória (no JB de ontem), sinto-me na obrigação, na qualidade de lingüista, de informar ao público não-especializado que, ao contrário do que afirmam os autores, não há evidências fidedignas que atestem a origem comum e única das línguas indígenas brasileiras. Menos ainda, que essa hipotética língua-mãe tenha sido derivada do grupo Tucano. (...) Yonne de Freitas Leite, pesquisadora 1A-CNPq (UFRJ) - Rio de Janeiro.