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Cientistas sequenciam genoma de roedor e comparam com humano

Publicado em 27 maio 2009

Camundongos Mus musculus são os animais mais utilizados como base para a pesquisa de doenças humanas. Para os cientistas, saber até onde vão as semelhanças entre o organismo humano e o do pequeno mamífero, demandava o sequenciamento do genoma completo do roedor. O trabalho acaba de ser concluído por pesquisadores que compõem o Consórcio para Sequenciamento do Genoma do Camundongo e, ao que parece, há mais diferenças genéticas do que se imaginava.

O estudo descreve o sequenciamento e compara o genoma resultante com o humano. Essas grandes diferenças, apontam os pesquisadores, refletem muitas das particularidades que distinguem as duas espécies. Um quinto dos genes do camundongo é composto de cópias novas que surgiram nos últimos 90 milhões de anos.

Do outro lado, o estudo verificou que homem e camundongo têm em comum cerca de 80% de seus genes e a identificação de tais genes amplia diretamente a capacidade de empregar alvos específicos e mais adequados para o estudo de doenças humanas. O sequenciamento permite distinguir exatamente como separar a biologia humana da biologia do camundongo.

Ao preencher as lacunas deixadas por versões anteriores do genoma do roedor da família dos murídeos, os pesquisadores do consórcio conseguiram identificar muitos genes até então desconhecidos. Na comparação com o mais recente esboço do sequenciamento que foi publicado, o genoma completo apresenta 1.1259 genes que são específicos do camundongo ¿ não compartilhados com o homem.

Segundo o estudo, muitos dos genes agora descobertos estão evoluindo em velocidade absolutamente inusitada, provavelmente como resultado de uma espécie de combate evolucionário entre o camundongo e suas células reprodutivas. "O grande esforço coletivo para completar o sequenciamento valeu a pena. A partir de agora, as novas descobertas que serão feitas permitirão deixar de lado equívocos que vínhamos cometendo e revelar muitos segredos da biologia do camundongo", disse Deanna Church, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, outra autora da pesquisa.

Com informações da Agência Fapesp