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A Gazeta (AC) online

Cientistas reunidos na FAPESP

Publicado em 04 setembro 2010

Cientistas reunidos na Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de são Paulo - contestaram o projeto em tramitação no congresso nacional que altera o Código Florestal brasileiro a ser votado em plenário, após as eleições. Eles contestaram a falta de participação da comunidade científica na elaboração do documento que vai interferir na biodiversidade brasileira. Eles adjetivaram o fato como "absurdo", "um tiro no pé", "sem fundamentação científica", "consolidação do desmatamento". Todo o conhecimento da área ambiental foi ignorado, disse Carlos Alberto Joly coordenador do Biota-Fapesp que mapeia toda a biodiversidade de São Paulo. Ele disse que a mudança no Código vai alterar o equilíbrio hídrico, a fauna, a flora, e que vai afetar sobremaneira a agricultura. Os ruralistas comemoram porque não vão mais ser obrigados a recompor vegetação nas áreas que devastaram, nem pagar multas e vão poder desmatar mais. Aqueles cientistas também publicaram sua carta na revista Science e a enviaram à SPBC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e à ABC - e à Academia Brasileira de Ciências. E não vão parar.

Se antes a luta se inscrevia na relação capital-trabalho humano hoje se dá na relação capital-trabalho feito pela natureza para que fiquem reservas para as gerações futuras. Em apenas quinze minutos um homem munido de motosserra destrói oitenta anos de trabalho da natureza. Essa compreensão levou Marina Silva a sair de um Governo que apóia desmatamentos e constrói hidrelétricas para fornecer energia à exploração dos nossos minérios pelo capital estrangeiro que deixa populações tradicionais na miséria. A atitude de Marina demonstra que seus princípios não são negociáveis. Ela se expôs, como um Cristo, ao sacrifício. Cada voto depositado para Dilma Rousseff, no Acre, será uma chicotada em Marina Silva. Uma provável vantagem será como se colocassem nela uma coroa de espinhos.