Texto: Estação do Autor com ECOA/UOL
Edição: Scriptum
Se a quantidade de bagaços e as cascas que sobram das frutas que consumimos parece grande, é difícil imaginar o quanto gera uma indústria ou qualquer setor que utilize essa matéria-prima. Para se ter uma ideia, a manufatura de processamento de maçã no Brasil foi responsável por 60 mil toneladas de bagaço em 2021. Agora, esse material, até então considerado descartável, passa a ter uma utilidade importante. Cientistas estão produzindo gás combustível a partir dos restos dessa fruta.
Reportagem de Ed Rodrigues para o ECOA/UOL mostra o trabalho que integra pesquisa baseada na economia circular. O objetivo da técnica é o fechamento dos ciclos de produção de resíduos e o avanço da reutilização e reciclagem de bioenergia e biomateriais.
Tânia Forster Carneiro, doutora em engenharia de processos industriais e professora da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) da Unicamp, coordena o projeto paulista. Segundo ela, frequentemente o bagaço de maçã é encaminhado para aterros sanitários ou utilizado para a alimentação de animais. No caso dos aterros, além das indústrias pagarem pelo transporte, o material se decompõe e libera gases de efeito estufa, danosos ao meio ambiente. O tratamento do bagaço de maçã para geração de biogás surgiu como uma forma de aproveitamento para reduzir as emissões desses gases.
Para a especialista, essa é uma alternativa sustentável, pois o bagaço, que antes era considerado um resíduo, passa a ser tratado como matéria-prima para a obtenção de um novo produto. Tânia Foster destaca ainda que o Brasil é um país exportador de suco de maçã em grande escala, o que confirma a importância do reaproveitamento do material, gerando novos produtos com valor agregado e menos agressivos para a natureza.