A contaminação por cocaína na Baía de Santos tem sido acompanhada por pesquisadores que têm analisado sedimentos para monitorar a presença da substância, um contaminante emergente que agora afeta não apenas a água e o solo, mas também organismos marinhos como ostras e mexilhões.
Vale lembrar que a região já lida com poluentes tradicionais às atividades portuárias e industriais, além do esgoto doméstico, a detecção de cocaína pode ser uma nova ameaça ambiental.
Em um vídeo divulgado pela FAPESP, o biólogo Camilo Dias Seabra, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica o processo de coleta de materiais para estudos geoquímicos. Segundo ele, no Carnaval de 2014, quando os pesquisadores realizaram a primeira coleta na Baía de Santos, o foco inicial era identificar a presença de medicamentos na água.
No entanto, a surpresa veio com a detecção de cocaína em concentrações semelhantes às da cafeína – um indicador tradicional de contaminação porque, além de ser consumida por meio de bebidas como café, chá e refrigerantes, está presente em vários medicamentos.
A descoberta não apenas apontou a presença da droga, mas também revelou sua persistência ao longo do ano, o que levantou preocupações ambientais.
Lara Tavares