Uma descoberta de cientistas brasileiros abre novas possibilidades de tratamento para uma das formas do autismo.
Cientistas da Unicamp, em São Paulo, e da Universidade da Califórnia San Diego, nos Estados Unidos, estudam a mutação no gene que causa a síndrome de Pitt-Hopkins.
Um distúrbio raro que pode causar problemas sérios, como déficit cognitivo, atraso motor profundo, ausência de fala funcional e anormalidades respiratórias. Características associadas ao TEA, o transtorno do espectro autista.
O estudo está testando uma terapia genética. Os testes foram feitos em neurônios de pacientes com a síndrome. Para corrigir o gene que provoca o problema, os cientistas alteraram o DNA desses neurônios.
O pesquisador do Instituto de Biologia da Unicamp Fabio Papes explicou que, pelo menos no laboratório, o resultado foi positivo:
Pacientes de transtornos mais comuns, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, também podem se beneficiar com a descoberta.
Mas para deixar de ser um experimento e virar um tratamento de fato, Papes calcula que vão ser necessários, no mínimo, mais cinco anos de pesquisa.
Primeiro o método precisa passar pelos testes clínicos, ou seja, em seres humanos que topem ser voluntários do estudo.
Essa etapa da pesquisa ainda não tem prazo para começar. Uma empresa dos Estados Unidos, a Ultragenics, licenciou o projeto e vai ficar responsável pelo desenho das novas etapas do estudo.
Mas mesmo depois de desenvolvido, o tratamento pode custar muito caro. A primeira terapia genética autorizada a ser usada no Brasil é contra a Leucemia. Foi aprovada pela ANVISA em fevereiro e custa US$ 475 mil dólares. No câmbio atual, o equivalente a R$ 2,261 milhões.
No Brasil, os estudos da nova tecnologia foram financiados pela FAPESP, a agência de fomento à pesquisa de São Paulo, e pelo CNPQ.
Saúde São Paulo 03/05/2022 – 17:54terça-feira, 3 Maio, 2022 – 17:54 2:33