Pesquisadores da Escola de Medicina Mount Sinai, dos Estados Unidos, identificaram um gene que aumenta o risco de autismo em uma parcela significativa da população. Foram identificadas no cromossomo 2, variações em um gene que se codifica a partir de uma proteína relacionada à produção de energia para as reações celulares.
Uma disfunção no gene pode, segundo os pesquisadores, causar irregularidade na produção do trifosfato de adenosina (ATP). E mesmo pequenas interrupções na produção do ATP podem afetar muito o funcionamento de células cerebrais, que consomem grande quantidade de energia.
O autismo é caracterizado por um desligamento da realidade exterior e a criação mental de um mundo autônomo.
Estas variações genéticas ocorrem com alta freqüência tanto em indivíduos com a patologia como em seus familiares, de acordo com o estudo, publicado na edição de abril do American Journal of Psychiatry. Joseph Buxbaum, professor de Psiquiatria da Mount Sinai, conduziu a pesquisa em 411 famílias nas quais a ocorrência da doença é comum.
Trata-se do primeiro estudo a relacionar um gene específico ao autismo. Pesquisas anteriores verificaram mutações genéticas raras em determinadas famílias com ocorrência da doença. O estudo atual aborda condições que aumentariam a suscetibilidade à doença.
Segundo a Agência Fapesp, Buxbaum já havia limitado a área do cromossomo 2 como relacionada ao autismo. Desta vez, os pesquisadores fizeram uma varredura e chegaram ao gene suspeito.
De acordo com os cientistas norte-americanos, em média uma em cada mil pessoas sofre com o problema, um dos distúrbios psiquiátricos com maior influência genética. Se uma família com um autista tiver outro filho, a chance de que este último tenha a doença é de 50 a 100 vezes maior do que o normal.
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Tribuna da Imprensa