Notícia

Tribuna da Imprensa

Cientistas dos EUA identificam gene que pode estar ligado ao autismo (1 notícias)

Publicado em 08 de abril de 2004

Pesquisadores da Escola de Medicina Mount Sinai, dos Estados Unidos, identificaram um gene que aumenta o risco de autismo em uma parcela significativa da população. Foram identificadas no cromossomo 2, variações em um gene que se codifica a partir de uma proteína relacionada à produção de energia para as reações celulares. Uma disfunção no gene pode, segundo os pesquisadores, causar irregularidade na produção do trifosfato de adenosina (ATP). E mesmo pequenas interrupções na produção do ATP podem afetar muito o funcionamento de células cerebrais, que consomem grande quantidade de energia. O autismo é caracterizado por um desligamento da realidade exterior e a criação mental de um mundo autônomo. Estas variações genéticas ocorrem com alta freqüência tanto em indivíduos com a patologia como em seus familiares, de acordo com o estudo, publicado na edição de abril do American Journal of Psychiatry. Joseph Buxbaum, professor de Psiquiatria da Mount Sinai, conduziu a pesquisa em 411 famílias nas quais a ocorrência da doença é comum. Trata-se do primeiro estudo a relacionar um gene específico ao autismo. Pesquisas anteriores verificaram mutações genéticas raras em determinadas famílias com ocorrência da doença. O estudo atual aborda condições que aumentariam a suscetibilidade à doença. Segundo a Agência Fapesp, Buxbaum já havia limitado a área do cromossomo 2 como relacionada ao autismo. Desta vez, os pesquisadores fizeram uma varredura e chegaram ao gene suspeito. De acordo com os cientistas norte-americanos, em média uma em cada mil pessoas sofre com o problema, um dos distúrbios psiquiátricos com maior influência genética. Se uma família com um autista tiver outro filho, a chance de que este último tenha a doença é de 50 a 100 vezes maior do que o normal.