Estudo conduzido na Universidade de Turku investigou a composição química de um tipo de sodalita, e pode ajudar no desenvolvimento de novos materiais sintéticos luminosos
Um estudo conduzido na Universidade de Turku, na Finlândia, descobriu o porquê de uma pedra conhecida como hackmanita brilhar no escuro. A descoberta foi publicada no Chemistry of Materials.
O mineral – que é um tipo de sodalita – foi descoberto por geólogos no século XIX, e pode ser encontrado no Afeganistão, na Groenlândia, no Canadá e no Paquistão. Ele apresenta um leve brilho quando colocado no escuro, mas o perde ao ficar sob a luz.
Na nova pesquisa, cientistas investigaram a química exata por trás dessa "mágica". Eles também queriam entender por que apenas algumas dessas pedras brilham.
Ao realizarem experimentos com a hackmanita e observarem dados sobre ela, especialistas perceberam que o efeito luminoso da rocha depende do equilíbrio de suas concentrações de enxofre, potássio, titânio e ferro. Mais especificamente, o titânio é o elemento que reluz nessa combinação, graças a uma transferência de elétrons.
Cientistas acreditam que a descoberta os ajudará no desenvolvimento de materiais sintéticos que brilham no escuro sem precisar de outra fonte de energia. Esse tipo de tecnologia pode ser útil para placas que indicam saídas de emergência, por exemplo.
"Conduzimos muitas pesquisas com hackmanitas sintéticas e conseguimos desenvolver um material com pós-luminescência distintamente mais longa do que a da hackmanita natural", explicou Isabella Norrbo, especialista em química de materiais da Universidade de Turku, em um comunicado.
O estudo também contou com pesquisadores da Sociedade Mineralógica da Antuérpia e da Universidade de Gante, na Bélgica; da Universidade de Lyon, na França; da Universidade Åbo Akademi e da Universidade Jyväskylä, na Finlândia; e da Universidade de São Paulo (USP). Ele foi cofinanciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).