Pesquisadores vinculados ao Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) buscam potenciais antivirais para o tratamento da COVID-19 (doença causada pelo novo coronavírus) entre compostos sintéticos e produtos naturais da biodiversidade brasileira, além de realizar estudos voltados ao reposicionamento de fármacos já existentes.
O CIBFar é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP). A ideia é buscar, em diferentes repositórios e banco de dados, compostos químicos capazes de bloquear a ação das chamadas “proteínas não estruturais” do novo coronavírus (SARS-CoV-2), essenciais para a replicação do microrganismo dentro da célula humana.
“Quando o vírus entra na célula, ele começa a fazer cópias de seu próprio material genético [no caso do SARS-CoV-2, um RNA] para poder se multiplicar e avançar pelo organismo infectado. Uma parte do genoma viral produz proteínas da superfície do vírus e também outras 16 proteínas não estruturais, que só aparecem depois que a célula é invadida. Essas moléculas são responsáveis pela replicação do genoma viral. Nosso objetivo é encontrar um composto que ‘grude’ em alguma dessas proteínas não estruturais e, assim, inviabilize a replicação do SARS-CoV-2”, explica Glaucius Oliva, coordenador do CIBFar, à Agência Fapesp.