O projeto de um grupo de alunos de mestrado e doutorado do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) busca combater a onda de desinformação sobre a pandemia da Covid-19 por meio da plataforma COVID Verificado, que faz a checagem científica de informações relacionadas ao novo coronavírus.
Na plataforma, é possível encontrar respostas para algumas das dúvidas mais comuns sobre o SARS-CoV-2, como, por exemplo, o tempo de sobrevivência do vírus em diferentes superfícies, vacinas em desenvolvimento e possíveis tratamentos. As informações são apresentadas de maneira simplificada, com gráficos e imagens para facilitar a compreensão, e sempre indicando as referências científicas.
O site reúne também as principais atualizações sobre novas pesquisas e descobertas relacionadas à Covid-19. Há ainda uma área para o envio de perguntas diretamente para os pesquisadores.
Os pesquisadores também mantêm uma página no Instagram e no Facebook. Confira abaixo três checagens feitas pela plataforma:
1) – Existe algum tipo sanguíneo com maior chance de infecção/morte/melhora na infecção pelo coronavírus?
Até o momento, somente um estudo foi feito analisando a relação entre os tipos sanguíneos ABO e a infecção pelo coronavírus atual. É importante destacar que está disponível como pré-publicação, ainda não tendo sido revisada por outros cientistas. Levando isso em conta, é possível que exista um risco aumentado para algum grupo sanguíneo, mas é necessário fazer um estudo de uma escala muito maior, envolvendo outros países, que cheguem à mesma conclusão para que se possa fazer esse tipo de afirmação. De qualquer maneira, não é por esse estudo que se deve tomar menos cuidado caso pertença ao grupo sanguíneo de menor risco.
2) – A luz do sol é capaz de destruir o novo coronavírus?
#Fake! Uma pesquisa realizada nos EUA afirma que o novo coronavírus morre rapidamente após ser exposto à luz solar direta, entretanto a pesquisa ainda não passou pelo processo de revisão por outros cientistas (como toda publicação científica) e ainda não foi publicada em uma revista científica de maneira final. Somente após um processo rigoroso de revisão por outros cientistas e a publicação dos dados, é que podemos avaliar se os resultados são ou não confiáveis.
3) – A ivermectina é eficaz contra o novo coronavírus e pode ser empregada como tratamento para Covid-19?
#FatoCientífico: Cientistas australianos realmente testaram a ivermectina contra o novo coronavírus. A ivermectina é um medicamento já utilizado para combater alguns vermes e parasitas humanos, como o piolho. No entanto, alguns estudos têm sugerido sua eficácia também contra alguns vírus. Com base nestes estudos, pesquisadores australianos testaram o medicamento em células de laboratório (in vitro) infectadas por SARS-CoV-2 e, de #fato, em 48h o medicamento foi capaz de diminuir a multiplicação do vírus dentro das células. Embora a ivermectina tenha comprovado seu efeito contra o coronavírus em laboratório, ainda são necessários testes clínicos e estudos mais aprofundados de eficácia e dosagem segura em humanos, antes de ser utilizado amplamente como tratamento para a Covid-19. As informações da Agência Fapesp e do jornal O Estado de S. Paulo.