A pesquisa pode auxiliar no desenvolvimento de vacinas e para a criação de testes diagnósticos
Cientistas brasileiros sequenciaram em 48 horas o genoma do vírus 2019 n-CoV do primeiro caso confirmado do coronavírus em São Paulo.
A pesquisa, que geralmente é feita em 15 dias pelos cientistas, foi realizada em apenas dois, de acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp).
O trabalho foi conduzido por cientistas do Instituto Adolfo Lutz, do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Oxford.
O resultado da primeira análise preliminar feita pelos cientistas mostra que o genoma do coronavírus diagnosticado no Brasil é diferente em três pontos do código genético encontrado em Wuhan, epicentro da doença.
De acordo com uma das autoras do estudo, Ester Cerdeira Sabino, quanto mais desvendarmos o RNA do vírus, mais podemos rastrear o caminho dele.
“Como o vírus do Brasil foi detectado da Itália, e vimos que é diferente do encontrado na Alemanha, com duas mutações similares apenas, já dá para ver que mais de uma pessoa passou a transmitir a doença na Europa”, explicou Sabino ao Jornal Nacional.
A pesquisa ainda pode auxiliar no desenvolvimento de vacinas e para a criação de testes diagnósticos.
O primeiro caso de Covid-19 diagnosticado no Brasil foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz em 26 de fevereiro. O paciente infectado esteve na região da Lombardia, no norte da Itália.
Até o momento, o Ministério da Saúde confirma 182 casos suspeitos da doença no país.