A bromelina é uma enzima encontrada no abacaxi que, segundo pesquisadores da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), possui efeito analgésico.
O estudo, apoiado pela FAPESP, indica que a substância libera encefalina, cujo efeito é semelhante ao da morfina.
Até então, os cientistas sabiam da existência da bromelina, mas não conseguiam entender como ela gerava uma resposta analgésica no organismo, visto que a enzima não é capaz de entrar na circulação sanguínea. Caso isso ocorresse, o indivíduo poderia ter um choque hipotensor violento, causando sua morte. Foi quando os autores do estudo perceberam que o mecanismo que gera o efeito deveria estar restrito à superfície do intestino.
Com base nessa descoberta, a pesquisa analisou que as pessoas que ingeriam a bromelina tinham uma consequente liberação de encefalina, que digeria a proencefalina presente na parede do intestino delgado, entrando na corrente sanguínia e gerando a ação analgésica.
Um artigo sobre a descoberta publicado na revista Peptides indica que a administração oral de bromelina em camundongos reduziu os níveis de proencefalina em um segmento do intestino delgado e aumentou os de encefalina circulante.
Percebeu-se que houve uma diminuição na capacidade de sentir dor destes animais, sendo mais intensa após 3 horas do consumo da enzima.