Notícia

Portal CM7

Cientistas brasileiros criam pele artificial 3D mais realista para estudos e tratamentos médicos (72 notícias)

Publicado em 29 de novembro de 2024

Pesquisadores brasileiros alcançaram um marco na biotecnologia ao desenvolver um modelo de pele artificial tridimensional (3D) com características mais próximas à pele humana. Chamado de Human Skin Equivalent with Hypodermis (HSEH) , o modelo inclui epiderme, derme e hipoderme, simulando o órgão humano em sua totalidade. A inovação foi apresentada durante a FAPESP Week Spain, evento realizado em Madri para fortalecer parcerias científicas internacionais.

Uma Alternativa Ética e Eficiente

A nova pele artificial foi desenvolvida por cientistas do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) , integrante do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) . Segundo Ana Carolina Migliorini Figueira, coordenadora do projeto, o modelo supera limitações de versões anteriores, que negligenciavam a hipoderme. “A hipoderme é essencial para a regulação de processos biológicos, como hidratação e imunidade”, destacou.

A tecnologia emprega células-tronco e primárias humanas para criar uma pele funcional, capaz de substituir o uso de animais em estudos toxicológicos e testes cosméticos. Além disso, abre novas possibilidades no tratamento de feridas, queimaduras e doenças dermatológicas.

Avanços no Tratamento de Feridas Crônicas

Com o apoio da FAPESP e em parceria com a Netherlands Organisation for Scientific Research (NWO) , o LNBio trabalha para desenvolver um modelo de pele diabética que simule feridas crônicas. O objetivo é auxiliar na criação de curativos que promovam a cicatrização, um desafio comum em pacientes com diabetes.

Pesquisadores neerlandeses da Radboud University Medical Center estão paralelamente desenvolvendo biomateriais inovadores para complementar os testes. A ideia é que o curativo seja avaliado tanto em modelos animais quanto na pele diabética artificial.

Tecnologia para um Futuro Sustentável

O impacto da biotecnologia se estende além da saúde humana. Pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) estão desenvolvendo biossensores para monitorar contaminações ambientais por metais como mercúrio e manganês. Esses sensores utilizam circuitos genéticos baseados em DNA, RNA e proteínas, possibilitando análises em tempo real e com menor custo.

A Espanha como Polo Biotecnológico

O evento também destacou o crescimento da biotecnologia na Espanha, que hoje conta com cerca de 4.500 empresas no setor e é reconhecida pela alta colaboração internacional em pesquisas. “O setor biotecnológico espanhol apresenta citação científica 21% acima da média global”, afirmou Maria Isabel de la Riesco, da Universidade Complutense de Madri

Com esses avanços, a inovação brasileira reafirma sua relevância global, promovendo soluções éticas, sustentáveis e de impacto para a saúde e o meio ambiente.