Um grupo de cientistas americanos descobriu os fatores existentes no mosquito Aedes aegypti e em humanos que o vírus da dengue usa para se multiplicar após infectar os hospedeiros. Segundo informações da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), são dezenas de proteínas das quais o vírus depende para o seu desenvolvimento.
De acordo com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas do governo norte-americano, que financiou a pesquisa, a descoberta desse mecanismo pode levar ao desenvolvimento de drogas capazes de inibir um ou mais desses componentes, barrando a infecção e o desenvolvimento da doença. De acordo com os autores do estudo, os resultados, embora preliminares, levantam a possibilidade de inibir o crescimento do vírus em mosquitos, atacando o hospedeiro.
A dengue, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge entre 50 e 100 milhões de pessoas a cada ano em mais de 100 países, com cerca de 20 mil mortes. Não há medicamentos específicos e os únicos tratamentos recomendados para a doença são a ingestão de líquidos, repouso e antitérmicos não-esteróides para a febre. O estudo foi publicado hoje para assinantes da revista Nature.