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A Tarde (BA)

Cientista fotografa pela primeira vez erupção vulcânica submarina

Publicado em 03 janeiro 2010

Agência FAPESP

A mais profunda erupção vulcânica de que se tem notícia foi descoberta no Oceano Pacífico, próximo aos arquipélagos de Fiji e Samoa, a 1,2 mil metros abaixo da superfície. Indícios da existência do vulcão submarino, denominado West Mata, foram encontrados no fim de 2008, mas confirmados apenas em 2009.

Agora, os cientistas responsáveis pela descoberta, em missão financiada pela National Oceanic and Atmospheric Administration(NOAA)e pela National Science Foundation (NSF), divulgaram vídeos e fotos da erupção. É o primeiro vulcão submarino filmado em plena atividade, algo que os cientistas tentam fazer há mais de 25 anos.

O resultado, segundo os autores, é "espetacular". As imagens produzidas incluem grandes bolhas de lavas com cerca de um metro de largura que são lançadas na fria água do mar e jatos vermelhos brilhantes de lava ejetada.

Hidrofone

Outra novidade conseguida foi a obtenção de imagens de lava avançando pelo fundo oceânico. Sons da erupção foram gravados por um hidrofone e depois monjados junto às imagens. "Encontramos um tipo de lava que nunca havia sido vista durante a erupção de um vulcão ativo", disse o cientista-chefe da missão Joseph Resing, da Universidade de Washington.

As imagens foram produzidas pelo robô submarino Jason, que os cientistas conseguiram levar a poucos metros da erupção. "Em terra, ou mesmo em águas mais rasas, não seria possível chegar tão perto e conseguir registrar tantos detalhes", disse Bob Embley da NOAA.

Os vídeos foram apresentados no mês passado em San Francisco, na conferência anual da União Geofísica Norte-Amerícana. O vulcão está produzindo lavas do tipo boninite, que estão entre as mais quentes das erupções ocorridas em tempos modernos. Registros de lavas semelhantes às do vulcão submarino foram encontradas apenas em vulcões extintos há mais de um milhão de anos. "O resultado é que, pela primeira vez, podemos examinar a maneira com que as ilhas oceânicas e os vulcões submarinos são formados", disse Barbara Ranson, diretora da Divisão de Ciências Oceânicas da NSF.

Os pesquisadores estimam que 80% da atividade vulcânica terrestre ocorra nos oceanos, com a maioria dos vulcões localizada em grandes profundidades. Até esta descoberta, a NOAA e a NSF vinham financiando pesquisa em vulcões submarinos há 25 anos, sem conseguir registrar uma erupção profunda.

Estrutura

Segundo os estudiosos, o vulcão é uma estrutura geológíca criada quando o magma, gases e partículas quentes (como cinzas) escapam para a superfície terrestre.

Eles ejetam altas quantidades de poeira, gases e aerossóis na atmosfera, podendo causar resfriamento climático temporário. São considerados causadores de poluição natural. Os vulcões, geralmente, apresentam formato cónico e montanhoso.

A erupção de um vulcão pode resultar num grave desastre natural, por vezes de consequências planetárias. As erupções são imprevisíveis e causam danos indiscriminados. Os vulcões tendem a formar-se junto das margens das placas tectónicas. No entanto, existem exceções quando os vulcões ocorrem em zonas chamadas de hot spots (pontos quentes). Por outro lado, os arredores de vulcões, formados de lava arrefecida, tendem a ser compostos de solos bastante férteis.