Cientista experiente e respeitada, Lygia Pereira da Veiga dá resposta precisa sobre tratamentos espirituais como os que eram feitos por João de Deus, hoje preso e desacreditado. Sabe explicar este tipo de coisa? “Eu precisaria fazer um estudo científico, pegar várias pessoas, ver quem foi até ele e fez o tratamento, comparar com quem não fez, saber se o primeiro grupo estatisticamente teve uma melhora… Eu demonstraria, pelo método cientifico, se o que ele faz tem algum valor”. Assim pondera a carioca, neta do fundador da editora José Olympio, filha do fundador da Sextante e de mãe socióloga. Prova de que sempre teve intimidade com livros – herdada do avô José Olympio e do pai Geraldo Carneiro – foi que aos 12 anos ela venceu um concurso do Círculo do Livro, com um conto sobre um satélite da Nasa que caiu em seu quintal. Mas foi só muito mais tarde, já fazendo Engenharia na PUC do Rio, que um professor lhe sugeriu: “Fica de olho na engenharia genética…”
Ela fez mais que ficar de olho. Encantou-se com “esse universo superinteressante” de genes e embriões e tornou-se uma das maiores autoridades no assunto. Já na USP – onde chegou atraída por convite da Fapesp, nos anos 90 – foi responsável pelo estabelecimento de uma primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias de multiplicação in vitro. Nesta entrevista ela põe o dedo nas falhas da ciência no Brasil: “Aqui a ciência não é prioridade, não é vista como o motor da economia”. E sugere, curta e direta: “Seria legal se gente tivesse uma Lei Rouanet para a ciência”. A seguir, os principais trechos da conversa.
Leia a entrevista completa: O Estado de S. Paulo
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