Nem boate, nem restaurante. Quem passou esta semana em frente ao n° 3 da Rua Lauro Müller, ao lado do Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, já descobriu que o endereço abriga agora a Casa da Ciência, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As cores e as linhas modernas da construção deixaram muita gente imaginando que ali surgiria mais uma casa noturna. Mas o espetáculo em cartaz ali é a investigação científica.
Até o dia 6 de setembro, a Casa da Ciência apresenta a exposição Vida, que recebeu mil visitantes por dia, quando esteve, de 23 de fevereiro a 13 de abril, no Espaço Cultural Correios. Além de painéis ilustrativos, a mostra tem várias ilhas interativas, onde os visitantes fazem experiências científicas, com a orientação de monitores. Todas as informações também estão em um hipertexto, disponível em quatro computadores dentro da Casa da Ciência.
Garotada — Os irmãos Nicholas Gabriel e Gustavo Gonçalves Prado, de 4 e 7 anos respectivamente, adoraram a novidade, principalmente a parte de experimentação prática da exposição. "Aprendi um montão de coisas sobre as células", contou Gustavo, orgulhoso, enquanto examinava os óvulos de um ouriço ao microscópio. A exposição Vida está aberta de terça a sexta, das 9h às 20h, e sábado e domingo, das 10h às 20h. Entrada franca.
Mas a exposição Vida é apenas o começo. O coordenador da Casa, Maurício Cardoso Arouca, está acertando para inaugurar, em setembro, Um mergulho nos grandes cenários da história do cinema, uma exposição integrando maquetes e cenas de filmes famosos. Mas o projeto mais ambicioso está agendado para o ano que vem.
A Casa da Ciência pretende montar uma grande exposição sobre energia. O custo está avaliado em R$ 1.5 milhão. "Nunca houve nada com estas dimensões", avisa Maurício. Dentro da Casa da Ciência, o visitante vai percorrer diversas etapas da história humana, contando sua relação com as fontes energéticas. A superprodução inclui robôs, jogo de luzes, maquetes gigantes de usinas hidrelétricas e plataformas petrolíferas. Para isso, Arouca está negociando a participação de empresas brasileiras que tenham tecnologia de ponta, como a Grom, que fabrica os robôs utilizados nas plataformas da Petrobrás.
Estresse provocou 'doença do Golfo'
Uma doença misteriosa entre os soldados da Guerra do Golfo pode ser devida ao estresse causado pelo combate em um ambiente estranho, de acordo com Philip Salem, membro do painel consultivo da presidência americana sobre a síndrome do Golfo. "Acredito que estes sintomas foram devidos ao estresse e ao fato de que os soldados estavam combatendo em uma zona de guerra que não lhes era muito familiar", disse ele. Uma coalizão de tropas ocidentais, árabes e asiáticas liderada pelos americanos pôs fim à ocupação iraquiana do Kuwait em seis semanas, na Guerra do Golfo, em 1991. Centenas de veteranos americanos e milhares de britânicos queixaram-se depois da guerra de sintomas semelhantes aos de uma gripe, que ficaram conhecidos como síndrome da Guerra do Golfo. Para Salem, a inalação da fumaça dos poços de petróleo incendiados pelos iraquianos no Kuwait pode ser em parte responsável pelos sintomas.
Notícia
Jornal do Brasil