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Marcos Dantas

Ciência Para Todos anuncia vencedores da premiação para professores e estudantes (24 notícias)

Publicado em 27 de novembro de 2023

Cinco projetos de escolas públicas paulistas venceram a edição 2023 do Prêmio Ciência Para Todos, que recompensa iniciativas pedagógicas para promover o pensamento crítico, o espírito científico e a proatividade entre estudantes.

Entre os ganhadores, há um projeto de educação inclusiva, três de meio ambiente e um de saúde pública. Neste ano, o prêmio teve como tema os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, e todos os vencedores se encaixam de alguma forma em algum dos 17 itens desse conjunto de metas criado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Os nomes dos ganhadores do Ciência Para Todos são anunciados nesta manhã em uma cerimônia no Museu de Arte Contemporânea (MAC), da Universidade de São Paulo (USP). A premiação é fruto de uma parceria entre a Fundação Roberto Marinho e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Os professores e alunos vencedores ganham um dia de visitação a algum dos centros de pesquisa apoiados pela Fapesp. Pela regra da premiação, os projetos concorrentes deveriam propor soluções baseadas na ciência para problemas identificados na comunidade. Foram selecionados os dois melhores projetos dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e os três melhores do ensino médio (1º ao 3º ano).

Um dos projetos escolhidos é do professor Henrique Pereira, da Escola Estadual Ângelo Scarabucci, de Franca, que ganha o prêmio pela segunda vez. Os alunos de segundo ano do ensino médio de sua classe se inspiraram nas necessidades de um dos colegas, que é autista e tinha dificuldades de adaptação a ambientes com ruídos altos.

Projetando um sensor que produzia avisos luminosos quando a sala de aula superava o nível de 85 decibéis, os presentes conseguiram estabelecer regras de silêncio e criar um ambiente mais tranquilo para o jovem frequentar as aulas.

Outro projeto de ensino médio que ganhou é do município de Serrana, que criou uma horta de solução hidropônica para produzir verduras dentro da escola. Usando água no lugar de terra, o sistema foi montado pelo professor Antonio Carlos Coelho, da Escola Estadual Professora Neusa Maria do Bem, com um motor de máquina de lavar roupa usado e cápsulas de café recicladas.

O segundo projeto vencedor também apostou na interface da alimentação saudável com a sustentabilidade e criou outra horta, esta com grande variedade de produtos (melissa, hortelã, alface, couve, quiabo, beterraba, melancia, tomate e manjericão). Na escola Mitiharu Tanaka, em Várzea Paulista, a professora Kethlyn Belmonte criou o projeto com alunos de 8º ano. O projeto envolveu os alunos em contabilidade para assegurar que a horta era economicamente viável.

Em Limeira, no interior paulista, alunos da Escola Professor Arlindo Silvestre criaram um projeto de conscientização para doenças zoonóticas, que circulam entre animais e humanos, que eclodem no estado ocasionalmente. O projeto envolveu o estudo do ciclo de males como raiva, leptospirose, esquistossomose e febre maculosa. Os alunos coletaram dados sobre essas enfermidades e criaram um jogo para ajudar outros estudantes a compreenderem a dinâmica das doenças.

A última iniciativa vencedora foi de uma classe de educação de jovens e adultos no Jardim Santo André, na periferia da capital paulista. Os estudantes de 8º ano da escola Thereza Maciel de Paula criaram um projeto para mapear o despejo irregular de lixo e poluentes no entorno da escola, para depois montarem um projeto de reciclagem, coleta seletiva e aproveitamento dos resíduos em composteiras com pequenas hortas.

No anúncio do prêmio, a Fundação Roberto Marinho realiza também o lançamento da plataforma digital co.educa, que reúne material de aprendizagem e acervos de mídia do Canal Futura, da Fapesp e de outros parceiros em um ambiente desenhado e desenvolvido para facilitar o uso em sala de aula, com acesso gratuito.

Fonte: O Globo