Recente levantamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) revela que no Brasil, apenas 16% dos cientistas estão lotados em empresas, enquanto a maioria esmagadora pertence ao serviço público, aos quadros das universidades e instituições de pesquisa. Este número é muito baixo se comparado com porcentuais próximos a 80% em países como os EUA e a Coréia do Sul, e vem a demonstrar que a empresa brasileira, com poucas exceções, ainda não sabe, ou não consegue aproveitar o potencial dos cientistas e, logo, não tem acesso às tecnologias e inovações.
As universidades estão hoje preparadas para dar suporte à inovação no mundo dos negócios, mas são as empresas que têm a responsabilidade pela produção em escala para abastecer um mercado globalizado em troca do lucro. Durante muito tempo se pensou que o setor público poderia fazer a pesquisa demandada pela iniciativa privada, mas hoje está demonstrado que este modelo impôs muitas restrições ao desenvolvimento tecnológico brasileiro, e todos sofrem suas conseqüências. Como o setor público nem sempre dispõe dos recursos financeiros para as diversas etapas da pesquisa, no momento em que estes são necessários, o desempenho cientifico acaba sendo muito fraco e re verte no baixo nível de inovação do setor produtivo.
Seria interessante iniciar um processo de cooperação e interação entre as empresas e universidades. Em seguida, as empresas poderiam assumir as pesquisas em suas áreas de atuação. Com isso, o país poderia avançar para investir além do atual 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento.