Com medidas de incentivo à indústria e à pesquisa bastante semelhantes, os municípios da região do Grande ABC atraem novos investimentos, formam novas empresas e ampliam as exportações. A Cookson Electronics, por exemplo, é a primeira empresa de São Bernardo a preencher os requisitos para o programa de incentivos fiscais seletivos do município.
Segundo o diretor-presidente da empresa, Erundino Diniz Filho, o benefício, que prevê descontos em tributos e taxas municipais durante os próximos dez anos, reduz de forma discreta os custos da empresa, mas estreita o relacionamento com o poder público na região. A empresa, segundo ele, funcionava em São Paulo até 2000, até que os proprietários decidiram construir uma nova planta, já que aquela em que operavam estava se mostrando obsoleta.
Diniz diz que o programa de incentivos fiscais contribuiu para a mudança dos planos. Inicialmente a fábrica iria para Campinas, no interior do estado.
Ele afirma que foram investidos R$ 6 milhões na construção da unidade, em 2000, e agora serão investidos mais R$ 3 milhões na ampliação. A empresa produz placas de circuito para eletrônica fina na fábrica, mas também possui uma unidade em Manaus, que produz placas para a indústria de eletroeletrônicos.
Segundo Cláudio Scalli, secretário do Desenvolvimento Econômico de Mauá, as prefeituras da região definem estratégias conjuntas e tentam viabilizá-las individualmente em cada município. Ele afirma que desde a criação da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, em 1998, a cidade de Mauá já recebeu investimentos de 70 grupos industriais.
Os benefícios são concedidos proporcionalmente, de acordo com uma pontuação adquirida pela empresa. Quanto maior o número de empregos gerados ou investimento em tratamento de efluentes, maior a pontuação, que pode ser convertida em descontos nos impostos municipais. "Mesmo que o imposto já tenha sido recolhido, a empresa pode requerer a devolução", diz.
O município presta consultoria na área de exportação. As indústrias de Mauá exportaram 32% a mais no ano passado, em relação a 2002. O valor atingiu US$ 215,8 milhões. Algumas empresas fizeram os primeiros embarques este ano. A Porcelana Chiarotti conseguiu fechar recentemente uma venda de US$ 4 mil para o Chile. Segundo Scalli, a política de incentivos segue, em linhas gerais, os mesmos programas nas outras prefeituras da região.
O Grande ABC abrange as cidades de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.
A região conseguiu, por exemplo, R$ 144 milhões em recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no ano passado, 28,5% a mais que em 2002. Apenas São Caetano do Sul registrou aumento de 65% nos financiamentos.
Incubadoras
A incubadora de empresas de Mauá, segundo Scalli, possui atualmente 14 empresas incubadas, já graduou três, e deve abrir ainda este ano mais vagas. Uma das empresas incubadas já conseguiu inclusive exportar. A Semco, de componentes, fechou um contrato no valor de R$ 2,5 mil com um cliente português.
Já a incubadora de São Bernardo, que conta atualmente com 17 empresas, faturou R$ 3 milhões em 2003, segundo o gerente da incubadora, Alexandre Vancin. Ele afirma que as empresas estão distribuídas nos segmentos metal-mecânico, plástico e de química fina. Vancin diz que apenas em março a incubadora apresentou 15 novos projetos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e registrou 11 novas patentes.
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DCI